Popularidade: 50,1% consideram Bolsonaro como ruim/péssimo

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Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz/ABr)
Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Pesquisa Modalmais/AP Exata divulgada na última sexta-feira, apontou que 50,1% das pessoas consideram o governo Bolsonaro como ruim/péssimo; 30,4% avaliam como bom/ótimo; e 19,5% avaliam a gestão como regular.

Dados divulgados no início da semana passada mostrou que 33 milhões de pessoas no Brasil passam fome foi um dos assuntos mais falados das redes. A esquerda responsabilizou o presidente pelo aumento da miséria, enquanto a direita ecoou a narrativa de que o “fique em casa” e a guerra na Ucrânia são os responsáveis.

Desta vez, no entanto, a narrativa governista não foi capaz de reverter a ideia de que o governo deixou de priorizar o combate à fome e não tem solução para amenizar a questão. Mesmo o auxílio de R$ 400 não foi suficiente para impor uma imagem de que Bolsonaro tem procurado mudar o quadro.

A concretização da privatização da Eletrobras foi aplaudida pelo mercado, por liberais e pela direita. Entre essas vozes, há um consenso de que a venda resultará na modernização do setor elétrico brasileiro. Agentes políticos ligados ao Bolsonarismo se apressaram em se pronunciar a favor de outras privatizações e citaram, entre outras empresas, a Petrobras e os Correios.

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Já a esquerda viu na operação a entrega de um setor importante para as mãos de agentes privados e colocou em questões a soberania do país. Petistas passaram a compartilhar, em grupos de WhatsApp, a informação de que, caso o PT vença as eleições, irá anular a venda. Lula, no entanto, não se manifestou sobre o assunto, restringindo-se a publicar um post, um dia antes da venda, afirmando que o programa Luz no Campo só foi possível porque houve um investimento de R$ 20 bi do Estado: “Que empresa privada faria isso?”, questionou.

Além de as pessoas se queixarem que houve uma redução do Auxílio Brasil, em comparação com o Auxílio Emergencial, muitos ressaltam que o valor não cobre as despesas mensais de uma família. A declaração de Flávio Bolsonaro, referindo que ninguém passa fome no país com R$ 400 viralizou nas redes. Também pesou negativamente para o governo, o pedido do presidente da República para que empresários do setor supermercadista reduzam os lucros, para baixar o valor dos alimentos e a sugestão de Paulo Guedes para que só sejam feitos reajustes em 2023. Liberais se incomodaram com as falas e internautas comuns lembraram da gestão Sarney e da hiperinflação daquele período da história brasileira.

Os episódios jogaram no colo do governo mais um problema, empurrando a disputa eleitoral para uma seara na qual o PT tem uma boa desenvoltura, por conta de números mais positivos alcançados no governo Lula. Ou seja, lulistas continuam posicionando as eleições em um passado no qual o cenário mundial era mais favorável ao país e que tinha o PT à frente do governo. Bolsonaro segue com dificuldades de mostrar que a economia está no caminho certo e que, em caso de reeleição, conseguirá melhorar a vida dos brasileiros que hoje sofrem com a inflação, sobretudo dos alimentos.

Bolsonaro também conseguiu recuperar parte do índice de aprovação que havia perdido, ao adotar um discurso diplomático e estadista, em encontro com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Cúpula das Américas, em Los Angeles. Havia alguma tensão nas redes, em torno do encontro, uma vez que Bolsonaro é identificado como sendo próximo de Donald Trump e que a direita brasileira tem muitas ressalvas e critica constantemente o presidente norte-americano. No entanto, Bolsonaro deixou o encontro com elogios a Biden e reforçando pontos em comum entre o Brasil e os EUA, que podem ser aprofundados com um estreitamento diplomático entre as duas nações.

A atitude foi elogiada e Bolsonaro foi visto como um estadista por seus apoiadores e também por perfis de centro, que usualmente rejeitam posturas que apontam para um caminho de crise democrática. E a despeito das críticas da esquerda, que não acredita que o presidente possa ter qualquer postura moderada em negociações com pares que não compartilhem das suas ideologias.

Finalmente, a chamada terceira via parece ter entrado em um acordo e foi anunciada a aliança entre MDB, PSDB e Cidadania, em torno da candidatura de Simone Tebet à presidência. Mas, ao observamos as redes, notamos que Tebet segue sem conseguir se colocar como uma liderança nacional e, apesar da intensa cobertura da mídia, encontra dificuldades em impor temas e de formar uma militância orgânica em torno da sua candidatura.

A maioria das menções à senadora é negativa, com críticas à esquerda, pela postura adotada no processo de impeachment de Dilma Rousseff e, pela direita, pela atuação na CPI da Covid.

Apesar da falta de articulação digital, após ter sido oficialmente reconhecida como pré-candidata da terceira via, houve um aumento significativo das buscas no Google sobre o nome dela: passaram de 6,4% para 38,6% entre os presidenciáveis.

A média de menções aos candidatos no Twitter, nos últimos cinco dias, mostra que Bolsonaro e Lula seguem dominando as narrativas nas redes, somando 89,6%, entre os principais presidenciáveis. Ciro vem se mantendo em um patamar estável, mas com tendência de alta. Já Simone Tebet teve uma melhoria de 0,9%.

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