Popularidade de Bolsonaro se mantém estável

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Jair Bolsonaro fazendo coraçãozinho (Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)
Jair Bolsonaro fazendo coraçãozinho (Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)

A semana que encerrou na sexta-feira foi muito estável para a popularidade do governo, embora os números permaneçam muito negativos. Na sexta-feira, 54,2% da população classificava o governo como ruim/péssimo. A gestão é boa/ótima para 23,9% das pessoas e regular para 22%. Os dados são de pesquisa Modalmais /AP Exata.

Nos últimos cinco dias, Bolsonaro, Lula e Moro representaram 93,1% do total de menções aos presidenciáveis no Twitter. Os demais candidatos tiveram uma baixa participação nas publicações sobre as eleições deste ano. Um dos destaques da semana foi Sérgio Moro, que conseguiu protagonizar alguns momentos, ao fazer críticas a Bolsonaro e a Lula. A capilaridade de temas trazidos por Moro foi muito potencializada pela participação do MBL na campanha digital. Nas redes, as tags #LulaCanalha e #BolsonaroCovarde ganharam relevância significativa. A estratégia mais bélica de Moro o fez crescerem menções esta semana. Além disso, ao estimular o conflito com os dois principais pré-candidatos, o ex-juiz conseguiu fugir da polarização com Ciro Gomes e demonstrar que os alvos principais dele são Lula e Bolsonaro.

A paralisação de servidores federais em reivindicação por reajustes para todas as categorias do serviço público teve apoio de setores da esquerda e movimentos sindicais.

A militância governista conseguiu emplacar o discurso de que estes servidores são privilegiados por altos salários e segurança no emprego, contrapondo a perda de emprego e renda enfrentada por muitos brasileiros, tingindo o protesto como egoísta e elitista. Ainda não está claro se o reajuste prometido às categorias de segurança será uma realidade. Opositores do governo antecipam que Bolsonaro ficará numa “saia justa” caso recue e esperam que esses servidores se juntem ao movimento grevista. Governistas dizem que as categorias merecem e devem receber aumento, caso o governo consiga encontrar a folga orçamentária.

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O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, o Orçamento de 2022 aprovado em dezembro pelo Congresso Nacional. O valor total da despesa – previsto na Lei 14.303, publicada no Diário Oficial da União de hoje – é de R$ 4,73 trilhões. Deste total, R$ 1,88 trilhão tem como destino o refinanciamento da dívida pública federal.

O resultado primário previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022 é de um déficit de R$ 79,3 bilhões, valor que encontra-se, segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, “inferior à meta prevista na LDO-2022, correspondente aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, no valor de R$ 170,5 bilhões”.

“Essa projeção do resultado primário presente na LOA-2022 menor que aquela meta prevista na LDO-2022 decorre particularmente da elevação da estimativa de receitas primárias realizadas pelo Congresso Nacional”, informa a Secretaria.

A Secretaria ressalta que a LOA-2022 respeita o limite definido para despesas primárias previstas no teto de gastos. Ela contempla também “dotações suficientes para o atendimento das aplicações mínimas em ações e serviços públicos de saúde (R$ 139,9 bilhões) e na manutenção e desenvolvimento do ensino (R$ 62,8 bilhões)”; bem como a aprovação das Emendas Constitucionais que alteraram as regras dos precatórios, de forma a viabilizar os R$ 89,1 bilhões previstos para o programa Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família. A LOA já considera também o novo critério de atualização dos limites individualizados do teto de gastos da União, que é de R$ 1,7 trilhão, tendo por base a projeção do IPCA de 10,18% ao ano.

Os vetos presidenciais à proposta apresentada pelo Congresso Nacional foram detalhados no despacho presidencial, também publicado hoje.

Opositores do governo estão destacando divisões surgindo entre bolsonaristas. As brigas nas redes sociais entre Abraham Weintraub, Mario Frias e Eduardo Bolsonaro foram vistas como sinais deque o bolsonarismo estaria a ruir por dentro. Também destacaram o incômodo de Janaína Paschoal, após o presidente da República indicar Damares Alves para o Senado em São Paulo. Bolsonaro acabou voltando atrás na ideia e agor afomenta a candidatura de Damares pelo Amapá.

Ex-assessor de Bolsonaro confirmou que as rachadinhas em gabinetes de Jair, Flavio e Carlos Bolsonaro aconteceram mesmo, mas foram orquestradas pela ex-mulher do presidente, supostamente sem o conhecimento deste. Opositores não acreditam que o crime possa ter sido ignorado pelo então parlamentar. Governistas acusaram a mídia de fake news. Até o momento, as novas acusações não impactaram a popularidade de Bolsonaro.

No geral, a semana que passou foi regular, com variações ligeiras entre 36% e 38% de menções positivas. As menções positivas a Bolsonaro ainda não subiram acima de 40% em 2022.

Notícias de que o governo estuda criar PEC para baixar o preço de combustíveis foram comentadas por liberais, que consideram a proposta populista e temerária. Eles acusam Guedes e o governo de pensarem apenas na reeleição. Apenas governistas defenderam esta forma de controle do preço de combustíveis.

Tristeza e medo seguem superando o índice de confiança em posts que mencionam o presidente.

Perfis de esquerda e alguns analistas políticos procuraram associar os dias positivos na Bolsa e câmbio às falas de Lula para o mercado sobre a aliança com Alckmin. Perfis de economia rechaçaram essa hipótese e disseram que o sistema financeiro reconhece que Lula representa riscos, sobretudo depois de criticar a reforma trabalhista e o teto de gastos.

Já Ciro Gomes está trabalhando para contrariar as críticas a seu temperamento com a campanha “Rebeldia da Esperança”. O discurso do candidato é propositivo e, nas redes, agrega muitas menções positivas. Apesar disso, o número de menções entre presidenciáveis ainda não cresceu acima de 4%. No entanto, Ciro consegue índices de aprovação nas redes superiores aos de seus adversários, o que demonstra que tem dialogado bem com o seu público. Apesar disso, o pedetista encontra dificuldades em ampliar sua visibilidade e aprovação para fora da bolha cirista.

 

Com informações da Agência Brasil

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