Por que o Aeroporto Internacional do Rio precisa voltar a ser um hub

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Aeroporto do Galeão vazio (Foto: divulgação Rio Galeão)
Aeroporto do Galeão vazio (Foto: divulgação Rio Galeão)

Terminal é importante para o turismo e transporte de cargas

 

A concessão dos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim no Rio deve ser um dos desafios do Estado, Prefeitura e União. O Governo Federal calcula em cerca de R$ 1,3 bilhão o investimento privado durante a concessão do SDU. Enquanto o Ministério da Infraestrutura afirma que a organização do modelo de concessão segue em andamento, a expectativa é de que os dois terminais tenham o mesmo operador e passem a funcionar de maneira complementar.

Para a Rio Indústria, é imprescindível que o Aeroporto Internacional Tom Jobim volte a ser um hub aéreo, o que impulsionaria o turismo do estado. Além disso, com a retomada de voos para o Galeão, a indústria é adicionalmente beneficiada, já que as aeronaves também são utilizadas para transporte de cargas (matérias primas, insumos e mercadorias), o que reduz o frete do serviço e atrai novas empresas.

Quando a atual concessão do Galeão foi feita, o país passava por outra realidade; o Brasil estava em um patamar diferente, ninguém contava com a pandemia da Covid-19, por exemplo. Desde então, o movimento caiu muito e hoje tem um outro perfil, por isso o atual modelo de concessão do aeroporto Galeão não se sustenta, a outorga de praticamente R$ 1 bilhão por ano é inviável. É preciso que ele seja repensado e uma nova licitação realizada.

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Vale destacar também a importância do aeroporto para o desenvolvimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde, anunciado pelo governo neste mês, com o objetivo de fortalecer a produção nacional de insumos de saúde. A importação dessas matérias primas é feita pelo aeroporto, são produtos de alto valor agregado e baixo peso.

O Aeroporto Internacional do Galeão é de extrema importância para o Rio de Janeiro, visto que é um dos principais pontos de entrada e saída de passageiros e cargas da cidade. Além disso, o aeroporto tem papel fundamental no desenvolvimento econômico da região, já que movimenta o turismo e o comércio internacional. Recentemente, o Galeão passou por uma grande reforma, o que trouxe melhorias na infraestrutura e no conforto dos passageiros. O que apoiamos ser o melhor para nosso estado é o SDU ser focado em voos regionais e Galeão para voos de média e longa distância, nacional e internacionais.

Todos os aeroportos concorrentes do Rio, ou de grandes cidades do Brasil já estão sob gestão privada, que busca produtividade, competitividade, ganhos de escala. Deixar somente o Rio, frente a Guarulhos, Congonhas, Brasília, é uma desvantagem com recursos cada vez mais escassos de uma gestão federal.

O Galeão é fundamental para o Brasil e mais ainda para o Estado do Rio de Janeiro. Somos a unidade da Federação com o maior potencial turístico, porta de entrada de muitos viajantes. Por isso, reforço ser de suma importância que o Aeroporto Internacional Tom Jobim volte a ser um hub aéreo, para que as conexões com outros estados aconteçam aqui. Isso é facilitará também para que o turista que for fazer conexão para outras localidades, tenha a opção de permanecer alguns dias no Rio.

 

Vital para a indústria

Para a indústria, ter um aeroporto desse porte é vital, pois, como expliquei, quando trazemos passageiros, o avião também está transportando carga para a indústria. Isso torna a operação aeroportuária significativa e proporciona mais competitividade. Precisamos de um aeroporto forte para ter condições de competir com outros estados e países, com um custo mais barato para trazer essa mercadoria ou insumo e exportar os produtos fabricados aqui.

Por isso, uma licitação conjunta é importante – os aeroportos Santos Dumont e Galeão são complementares, se for feita a modelagem certa. Existe uma proposta que as principais entidades empresariais do Rio elaboraram, e a Rio Indústria faz parte, em que o Santos Dumont ficaria com o destino para as principais capitais do Sudeste (500 quilômetros) e Brasília, e o restante das conexões ficaria com o Galeão.

Com isso entendemos que conseguiríamos viabilizar o SDU e traríamos viabilidade para o Galeão, com os dois se complementando, proporcionando uma oferta de voo muito importante para a economia do Rio, unindo turismo e indústrias.

 

Sérgio Duarte é presidente Rio Indústria, fundador do Grupo Corrêa Duarte e da indústria Chinezinho.

21 COMENTÁRIOS

    • Preferiu Campinas porque as autoridades inventaram moda, que queriam que os donos morassem no Leblon e mais vários absurdos. Eu me lembro muito bem. Bem mais para trás o Brizola aumentou o ICMS do jetfuel e provocou a primeira debandada. Enquanto o governo do rio ficar nesse salto alto nada vai acontecer. Os paulistas vão atrás.

  1. É preciso combinar com os usuários do transporte aéreo e as empresas aéreas. O foco tem de ser na conectividade do Galeão, na fluidez do trânsito nas Linhas Vermelha e Amarela, na segurança dessas vias e na criação de transporte público rápido, barato e seguro. O competidor do Galeão não é o SDU, sim Guarulhos.

  2. Ótima visão, porém é fundamental que os voos de SDU para São Paulo se concentrem em Congonhas e seria importantíssimo que os voos para Belo Horizonte fossem somente para Pampulha. Seria o fim das conexões tóxicas para o Estado do Rio.

    • Lamento te informar mas…se vcs não cuidam nem de casa ainda querem escolher o aeroporto no estado dos outros?

      Em MG eles já amarraram assim e não, vc não vai conectar na Pampulha. Vou mais longe. Não dou dois anos pra vc reclamar que “é melhor pegar a Ponte Aérea e fazer tudo em SP, apesar de ter de pegar carro pra Guarulhos”.

      O Rio não oferece absolutamente NADA. Vcs querem consertar a consequência sem nem arranhar a causa.

      • Eu acho importante limitar a conexão de SDU com São Paulo a Congonhas, não a GRU (Guarulhos), pois isso evita que se use SDU como aeroporto de conexão para fazer voos internacionais por São Paulo. O aeroporto de Guarulhos é bem conectado ao centro de São Paulo, conta com trens da CPTM que fazem ligação praticamente direta entre a estação da Luz (centro de São Paulo) e GRU, com apenas uma parada, Está programada para abril de 2024 a inauguração do aeromóvel que liga a estação de trens perto do aeroporto com os 3 terminais de Guarulhos. Não vejo tanto perigo em Confins. A demanda em BH é muito menor, o aeroporto de lá tem bem menos voos internacionais, fica muito longe do centro do BH (cerca de 40 km) e não é bem conectado. Não há metrô entre o centro de BH e o aeroporto de Confins. Mas, se puder direcionar a maioria dos voos de SDU a BH para Pampulha, melhor. Mas não creio que isso vá ocorrer. O aeroporto da Pampulha é pequeno e destinado mais a voos dentro do estado de MG.

  3. Acho pouco provável esse “protagonismo” que o prefeito do Rio quer tanto para o Galeão, com tanta coisa urgente e necessária, que nao só o turismo …a segurança esta precisando de protagonismo pra ontem alem da mobilidade. E a concorrência é grande com os outros estados tambem importantes proximos ao RJ. De qualquer forma como a materia coloca, o Galeão é importante para o RIO, e nao tao imprescindível para o Brasil, e o carioca merece melhores condições…

  4. E como pretendem ser um “hub” se não há transporte público de qualidade? Cadê um metrô ou trem? Ou mesmo uma ligação de barca a partir de Niterói? Melhor dizendo, cadê o planejamento?

  5. Sou carioca da gema mas moro em vitória há muitos anos. Vou muito ao Rio ver a família. O projeto arquitetônico do GIG era uma maravilha. Andava-se quase nada e eu adorava o aeroporto cuja construção e expansão acompanhei em detalhes. Pois depois dos J.O. a concessionária resolveu concentrar tudo no TPS2, só um portão de acesso e forçando os passageiros a percorrer um labirinto de lojas em dois pavimentos. Uma total loucura. Pois foi uma vez e nunca mais. Passei a usar o SDU

    • O pier não nasceu por iniciativa da concessionária e sim do estado que solicitou um puxadinho pra atender a demanda da Copa.

      Aí vc culpa a concessionária pela “apertada estrutura” só TPS2 (risos) e – por isso – usa o “enorme e estruturado” SDU. Francamente.

      • Não foi para atender a demanda da Copa. A Concessionária passou a administrar GIG em 2014, ano da Copa. Não haveria como construir o puxadinho em 2 ou 3 meses. Foi para atender a demanda dos Jogos Olímpicos 2016.

    • O fechamento de TPS! deveu-se à queda no número de usuários depois das Olimpíadas. GIG alcançou o número máximo de usuários entre 2012 e 2014, com mais de 17 milhões/ano, mas, já em 2016, ano dos Jogos Olímpicos, o número de usuários diminuiu por mais incrível que possa parecer. E de 2016 em diante, o número só diminuiu. Em 2019, último ano antes da pandemia, foram 13 milhões.

  6. Um aeroporto tem que ter mobilidade,não é o caso do aeroporto do Rio,transporte difícil, as indicações que levam em sua direção,não tem placas de direção,, lojas de consumo em seu interior com preços caros,situado numa parte da cidade,onde engarrafamentos,são constantes.alias,a cidade do Rio tá destruída,a rodoviária também mal posicionada,com pontos de ônibus distantes.. teria que se refazer toda infraestrutura de engenharia de trânsito,para-quedas tudo fluisse com facilidade.existem projetos que estão engavetados,mas a falta de inteligência é a ganância,aliada ao comodismo e a falta de visão empresarial fala mais alto.

  7. infelizmente a economia nao tem mais esta relevancia e forca para atrair tanto pelo lado economico muito mais pelo turismo decadente. O RJ esqueceu que nao existe so ele no mapa do Brasil bem como nao o protagoniza, alem do turista de dentro e de fora ja indicar que o pais tem muito mais a mostrar que o Carnaval e o Cristo redentor.
    Nao adianta forcar o elefante pela fechadura a solucao é bem mais complexa que impor o GIG no grito….

  8. É um aeroporto caríssimo. Nem pra um passeio em família pra ver de perto os aviões este serve. Caríssimo o estacionamento, já que não há transporte público que o integra, devendo chegar de carro. Lugar pra lanchinho com preço proibitivo em uma cafeteria. Não é um aeroporto amigo do cidadão. Guardas municipais multando quem para pra deixar passageiro. Máfia de taxistas.

  9. O saudosismo carioca não é suficiente para manter uma economia forte o suficiente para ter o Galeão pleno novamente. Nem uma olimpíada e uma copa do mundo conseguiram tirar o Rio do ostracismo econômico.

    Hoje, voos diários diretos da Europa para Fortaleza, Natal, Recife e Salvador levam direto turistas a destinos sem a necessidade de uma conexão e de mais três horas de voo.

    Uma grande pena, a cidade “embaixadora do turismo” perde sua majestade e nem nota.

  10. Os políticos, como habitual, tentam empurrar seus interesses goela abaixo. Aeroporto do Galeão, tem difícil acesso, passa por trechos muito perigosos, com risco de arrastão, assaltos, engarrafamentos, poucas opções de transporte. Antes de fazer apelo para forçarem o uso do Galeão, o prefeito e governador, deveriam focar do que eles realmente podem fazer para tornar o Galeão atrativo. Político está mais preocupado com quanto vão ganhar com os contratos, se o usuário será assaltado, ou perderá um vôo por causa de um engarrafamento, eles cagam para isso.

  11. Porque não melhorar as entradas e saídas da ilha do governador? Principalmente o transporte pela Baia da Guanabara. Linha direta pelas águas no mais breve tempo.

  12. Existem vários problemas. Um é a facilidade e segurança de acesso a SDU em contraposição à dificuldade (vias congestionadas) e insegurança no acesso a GIG. Nenhuma opção é dada ao usuário de GIG a não ser passar por uma linha Amarela, ou por uma Linha Vermelha, ou uma Av. Brasil, todas vias saturadas e inseguras. Isso leva as pessoas e as cias. aéreas a preferirem SDU. Não há metrô para GIG. Ou você vai de transporte rodoviário ou vai de transporte rodoviário. O governador anunciou em 2022 uma ligação aquaviária entre GIG e SDU, mas nada fez, O assunto morreu, talvez devido à impossibilidade de se ter uma estação de barcas com acesso direto aos aeroportos. Já para SDU, tem-se a possibilidade de se chegar à rodoviária, ao porto, à Central do Brasil, ao metrô Cinelândia ou Carioca e se pegar o VLT. Outra questão é que SDU está sobrecarregado. Com mais de 10 milhões de passageiros/ano, SDU se transformou em uma rodoviária de 5ª categoria, com problemas de superlotação, voos atrasados, sem contar com as limitações que o aeroporto tem (terminais e pistas pequenas, impossibilidade de ampliação). Um vídeo de uma audiência pública sobre o assunto diz que foi feito um estudo em 2022 dando conta de que SDU, para dar conforto ao seu usuário, deve operar com 6,5 milhões de passageiros/ano, bem abaixo dos números atuais. No entanto, a Infraero, administradora do aeroporto, insiste em 15 milhões/ano, sem explicar como chegou a esse número tão diferente do tal estudo de 2022. Parece haver um interesse da Infraero em valorizar e superestimar a sua última joia da coroa. Contudo, é bom lembrar que, transferir quase 4 milhões de passageiros anuais de SDU para GIG, para que SDU fique com os 6,5 milhões propostos pelo estudo de 2022 não salva GIG, pois este saltaria de 6 milhões para cerca de 10 milhões, muito abaixo dos 18 milhões que a concessionária quer alcançar. A expectativa é que, com essa transferência, que aumenta o número de conexões em GIG, o aeroporto consiga atrair mais voos internacionais, mas isso é uma expectativa que não se sabe se se concretizará. Há uma outra questão mais séria: transporte aéreo é ainda muito caro e, consequentemente, pouco popular no Brasil. Querer ter vários hubs num país onde o percentual de pessoas que usam o avião é pequeno é sonhar com algo impossível.

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