Por que o etanol é a chave para a transição energética brasileira?

O etanol como chave para a transição energética no Brasil e como pode impulsionar o país no mercado global de combustíveis renováveis. Por Roberto James.

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Carro abastecendo com etanol (Foto: ABr/arquivo)
Carro abastecendo com etanol (Foto: ABr/arquivo)

No início do século 19, apenas 50 anos depois de sua invenção, o trem chegou ao Brasil. Esse lapso temporal pode até parecer muito hoje, mas, para a época, foi bastante rápido. Afinal, uma tecnologia disruptiva assim, ir de um continente a outro em apenas meio século era algo extraordinário.

Porém, não aproveitamos a chance para o desenvolvimento da nossa malha ferroviária a ponto de termos um potencial logístico que nos diferenciasse do resto do mundo. Isso mostra que o Brasil perdeu importantes oportunidades para liderar ou impulsionar algo no mercado mundial, seja na indústria, na logística ou na tecnologia.

A nossa situação hoje não é muito diferente quando falamos sobre a necessidade de transição energética mundial. Temos no Brasil um combustível verde, renovável e que pode utilizar toda a cadeia logística do petróleo. Este combustível tem nome e sobrenome: etanol hidratado.

Poucos países no mundo têm uma tecnologia de produção de etanol tão viável quanto o Brasil. Mesmo aqueles que já têm uma produção igual ou até maior que a brasileira, como os Estados Unidos, não conseguem produzir etanol no custo ou no preço que o agronegócio nacional consegue, o que possibilita ao país alcançar um patamar extremo de competitividade.

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Afirmo que o etanol é um “ouro brasileiro”, capaz de impulsionar não somente o mercado local como também de alavancar o combustível renovável mundial, além de poder ainda colocar o Brasil numa posição de liderar mundialmente todo o processo de transição energética de uma forma mais barata, rápida, clara, diversificada e amplamente favorável aos seus cidadãos.

O Brasil tem um posicionamento estratégico diferenciado e vantajoso, que infelizmente hoje não está sendo utilizado. Diante disso, vejo o momento atual como de reflexão sobre como o etanol combustível pode nos ajudar nesse processo de transição. Basta uma política séria no nosso mercado interno para que esse combustível incrível e genuinamente brasileiro chegue ao lugar que deve ocupar.

Roberto James é mestre em psicologia, especialista em comportamento de consumo e conselheiro de empresas, tendo atuação de mais de 15 anos no mercado de combustíveis e lubrificantes no Brasil. É também palestrante e autor dos livros “O consumidor tem pressa: corra com ele ou corra atrás dele” e “Vivendo o Varejo Americano: uma viagem no coração do consumo”.

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