Por uma universidade moderna e criativa

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A universidade é o lugar por excelência da busca e da transmissão do saber universal. E, desde o começo da sua existência, nova ainda no Brasil se comparada às universidades europeias e norte-americanas, tem como objetivos principais o desenvolvimento e a difusão do saber. Desses objetivos, ela não pode, nem deve jamais se afastar. A missão do ensino superior é garantir avanço e a difusão do conhecimento, incluindo a sua aplicação à tecnologia e ao trabalho e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida das pessoas. É papel preponderante de uma instituição de ensino superior fortalecer e consolidar os valores do homem, formando o cidadão. Cidadão efetivamente preocupado com o mundo em que vive, com as coisas relativas ao meio ambiente, com a necessária solidariedade humana.

As universidades são, dessa forma, fundamentais para formar pessoas melhores e essenciais na preparação de futuros profissionais. E caso a universidade não atinja essa meta, não exerça esse papel, ela não terá conseguido cumprir com sua missão na formação do pensamento nacional. E pior do que isso, aquele profissional que pretendeu formar resultará em um ser completamente desorientado em relação a si próprio e, ainda, totalmente despreparado para enfrentar a sociedade na qual está inserido.

O profissional do futuro, ou do presente,

precisa ser generalista

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Mais do que nunca, a formação do homem/cidadão é complexa e, ao mesmo tempo, dinâmica. As estruturas e procedimentos da universidade, consequentemente, devem propiciar o conhecimento e a prática do método científico aplicado à realidade em que vivemos, objeto primeiro da universidade, que não pode ser apenas um ensino de 3º grau, depois dos Estudos Médio e Fundamental.

Diferentemente, a programação universitária necessita estar voltada para o preparo do homem e para o seu desempenho competente na função do trabalho. Para que, enfim, o homem seja efetivamente forjado em um cidadão, a programação das universidades, as estruturas curriculares dos cursos que oferta devem ser elaboradas de forma abrangente e devem, em consequência, ser produzidas de modo a viabilizar o desempenho da própria universidade no conjunto de suas funções básicas e, também, possibilitar formas modernas, diversificadas, eficientes e eficazes de aprendizado.

Uma universidade que tem mantenedores e/ou dirigentes que não se preocupam verdadeiramente com a elaboração dos seus documentos institucionais, como o Plano de Desenvolvimento Institucional, o Projeto Pedagógico Institucional, a atualização do seu Regimento e/ou Estatuto, a adoção de um Código de Ética e Conduta para docentes e discentes, que não cria e nem adota regulamentos próprios para todos os setores, dentre vários, para o Núcleo Docente Estruturante, Biblioteca, Pós-Graduação e Extensão, que simplesmente ignora suas obrigações mínimas para com o Ministério da Educação e, em consequência, para o seu público-alvo, está fadada ao insucesso.

E esse insucesso chegará mais cedo ou mais tarde, uma vez que essa universidade não demonstra estar ancorada em ordenamentos imprescindíveis ao cumprimento do seu papel, da sua missão, da sua visão, dos seus valores e, assim, não se encontra antenada com a modernidade dos tempos.

Profissionalizar a gestão é a palavra de ordem, para o bem da própria estrutura universitária e sua consequente sobrevivência e perenidade. Não há outro caminho. E os que não pensam e não agem dessa maneira estão totalmente distanciados e desassociados das boas práticas administrativas e acadêmicas.

Faz-se mister, ainda, que o aluno some embasamento humano e científico às técnicas profissionais necessárias e aos instrumentos de desempenho profissional durante os anos do curso que elegeu fazer. Para tanto, é absolutamente requerido que as estruturas desses cursos sejam vivamente atualizadas, que disciplinas eletivas e/ou optativas, presenciais e/ou a distância estejam presentes nos currículos, muitos deles divorciados das reais necessidades de aprendizado dos alunos, para que os estudantes possam e a todo tempo receber informações novas sobre todo e qualquer assunto.

O profissional do futuro, ou do presente, precisa ser generalista. Grade de horário inflexível e professor vitalício, que não se aperfeiçoa, não tem mais nada a ver com a realidade dos tempos atuais, com a globalização. Educar, hoje, mais do que acumular habilidades e informações, é aprimorar a consciência, órgão do sentido, e preparar a pessoa para poder responder sobre seu próprio destino e sobre o sentido da sua própria vida.

Paulo Alonso

Diretor-geral da Facha. Foi diretor-geral do Centro Universitário de Brasília, reitor do Grupo Educacional Anglo-Americano e do Centro Universitário da Cidade.

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