Pessimista quanto ao futuro de um Brasil cada vez mais “invertebrado” – definição que usa para o baixíssimo nível educacional e cultural vigente no país – o economista Reinaldo Gonçalves, professor de Economia Internacional da UFRJ, tem aconselhado seus alunos a “não colocar pedras na mochila”. Segundo Gonçalves, isto significa evitar ter filhos e outros compromissos que possam atrapalhar na hora de sair do Brasil por falta de perspectivas.
Roto
A exemplo do ministro Luís Roberto Barroso, que toma posse no Supremo Tribunal Federal (STF) avisando não ser pautado “nem por governo, nem imprensa, nem opinião pública, nem acusados”, a presidente Dilma não deveria ser pautada nem por imprensa financista nem por agências de classificação de risco, que exigem novas concessões aos rentistas.
Afinal, em matéria de credibilidade, a Standard & Poor’s (S&P), que, agora, ameaça reduzir o rating do Brasil, está muitos “furos” abaixo até da medíocre política econômica brasileira. E, antes de dar satisfações à S&P, Dilma deveria esperar a agência resolver o processo a que responde nos Estados Unidos, onde é acusada pelo governo de fraude civil por sua atuação antes do estouro da crise global, em 2008, quando era pródiga em distribuir classificações “AAA” para empresas e bancos, que, ao primeiro estalo, foram à bancarrota ou foram salvos pelo dinheiro do contribuinte estadunidense.
Transparente, mas incompreensível
Desde esta segunda-feira, os consumidores saberão na nota fiscal o quanto pagam de impostos em cada produto ou serviço comprado, segundo determina a Lei 12.741/12. Na opinião do diretor do Sindicato das Empresas Contábeis do Rio (Sescon-RJ), Lúcio Fernandes, a lei é um importante canal de transparência para o consumidor. Porém, pode confundir ainda mais a cabeça do cidadão. “A melhor saída seria simplificar nossas regras tributárias para depois adotar essa lei. A complexidade do sistema tributário brasileiro torna incompreensível para o cidadão comum nuanças como o regime de substituição tributária”, critica o especialista. Tão confuso é o quadro que o governo já acena com adiar por um ano a punição a quem não cumprir a lei.
Para quê?
De acordo com o professor e coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia da FGV-SP, Emerson Marçal, a inflação não deve alcançar o teto da meta de 6,5% no final deste ano. “A inflação deve fechar o ano entre 5,5% e 6%. Os alimentos reduziram a pressão sobre o índice”, disse, após a divulgação, semana passada, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, indicador oficial de inflação, que ficou em 0,37% em maio, ante 0,55% em abril.
O resultado mostra que a inflação é menor do que pintavam, e a campanha por juros altos visava a forçar o governo a seguir a trilha mais neoliberal, delineada pelos tucanos, além de garantir a alegria dos bancos e dos rentistas.
Coimbras
Zico recebe dia 18 o diploma Cristo Redentor, da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). No mesmo dia, também por iniciativa do deputado Paulo Ramos, Eduardo Antunes Coimbra, o Edu, irmão de Zico, recebe o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.
Passeio pelo mundo
Ainda no dia 18, às 19h, o professor Bayard Boiteux inaugura na Galeria da UniverCidade (Av. Epitacio Pessoa1.664, Lagoa, RJ) a exposição de fotos Visões Turísticas. São 50 fotos de Portugal, Espanha, Dubai, Grã Bretanha, Malásia, Singapura e Brasil.
CTI
O líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados, Ivan Valente (SP), protocolou, quinta-feira, requerimento para criar CPI dos Planos de Saúde. O objetivo é investigar denúncias de irregularidades no setor. Segundo Valente, das reclamações que chegam à Justiça, em 88% dos casos, o ganho de causa é dado ao consumidor, o que, para deputado, comprova que as operadoras descumprem obrigações contratuais. O parlamentar critica ainda o fato de os processos contra as operadoras demorarem até 12 anos para serem julgados.