Portugal e Espanha: CE não tem provas de ciberataque no apagão

Segundo vice-presidente-executiva da comissão, Teresa Ribera, 'foi uma das maiores falhas no sistema elétrico ocorridas nos últimos anos' na UE

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Madri: mulher ilumina ambiente com velas após apagão que atingiu Espanha e Portugal em 28/4/2025
Apagão em Madri (foto de A Pérez Meca, Europa Press)

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, definiu o apagão que afetou a Península Ibérica nesta segunda-feira como uma “forte oscilação em termos técnicos do sistema elétrico europeu” e pediu para não especular sobre as causas do apagão. “Não vamos dar atenção a informações de origem duvidosa”, disse Sánchez no Palácio Moncloa, enfatizando que “ainda não há informações conclusivas” sobre os motivos do apagão.

Mais cedo, a vice-presidente-executiva da Comissão Europeia, Teresa Ribera, disseainda não existirem provas de ciberataque no corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica, reconhecendo porém uma “das maiores falhas no sistema” na União Europeia.

“Não estamos descartando nada de momento, mas não há provas de qualquer tipo de problema de cibersegurança. Estamos atentos a tudo e a principal prioridade é, obviamente, restaurar o sistema elétrico e avaliar e compreender o que aconteceu”, declarou a responsável na Comissão Europeia pela pasta de Transição Limpa, Justa e Competitiva à imprensa em Bruxelas.

Segundo Teresa Ribera, essa foi “uma das maiores falhas no sistema elétrico ocorridas nos últimos anos” na UE.

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A executiva disse estar acompanhando o que está acontecendo e em “estreito contato com as autoridades espanholas e portuguesas, bem como com os diferentes serviços da comissão”, numa situação que, segundo disse, só afeta a Península Ibérica e, talvez por arrasto, uma pequena parte do sul da França.

“Por enquanto, o que posso dizer é que temos de ser prudentes e pacientes para que o sistema possa ser restabelecido o mais rapidamente possível”, disse.

De acordo com Teresa Ribera, “no caso de Portugal, as autoridades desligaram o seu sistema elétrico do sistema espanhol para o poderem recuperar pouco a pouco”.

A operadora elétrica de Portugal declarou que o apagão teria ocorrido por conta de uma falha na rede espanhola causada por um fenômeno atmosférico raro.

Ao final da noite em Madri, 70% das linhas do metrô permaneciam fechadas. A companhia de trens descartou a volta do serviço ferroviário nesta segunda-feira.

As declarações de Ribera surgem depois de a Comissão Europeia ter indicado estar em contato com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.

Na Espanha, a Red Eléctrica informou que a recuperação do fornecimento de eletricidade “está progredindo” e que agora há eletricidade em certas áreas de até nove comunidades autônomas.

Especificamente, a recuperação do fornecimento de eletricidade já começou em áreas da Catalunha, Aragão, País Basco, Galícia, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia.

A operadora do sistema elétrico espanhol explicou que continua “trabalhando em coordenação com as empresas do setor para recuperar gradualmente o serviço em toda a península”.

Em Madri, todas as linhas do metrô permanecem fechadas como resultado do apagão elétrico, que causou grandes problemas de mobilidade em toda a região.

Conforme informado nas redes sociais do metrô de Madri, eles informarão sobre a restauração do serviço quando os problemas elétricos forem resolvidos.

Enquanto isso, e embora as autoridades recomendem evitar viagens, se necessário, elas recomendam usar a Empresa Municipal de Transportes de Madri (EMT).

A capital continua em colapso depois que, por volta do meio-dia de segunda-feira, um corte de energia em toda a Espanha desligou a cidade, que de um segundo para o outro ficou sem energia, sem metrô, sem semáforos e com problemas de abastecimento em infraestruturas críticas, como o aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas.

Foi uma falha no sistema que afetou toda a Espanha após as 12h30. As horas se passaram, marcadas pela incerteza, na esperança de que tenha sido uma interrupção pontual.

Diante dessa situação, os agentes da Polícia Municipal cortaram o acesso ao metrô, às Cercanías e os passageiros estão sendo evacuados em várias linhas. Também há problemas de trânsito em várias partes da cidade.

O primeiro-ministro Pedro Sánchez está presidindo uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança Nacional desde as três horas da tarde desta segunda-feira para analisar a situação causada pelo apagão que afetou o país.

O governo assegurou que está trabalhando para descobrir a origem do apagão geral que ocorreu nesta segunda-feira ao meio-dia na Espanha e em Portugal e garante que disponibilizará todos os recursos disponíveis para resolver a situação “o mais rápido possível”.

Apesar de ainda não confirmada a hipótese de incidente cibernético como causa do apagão que afetou a Europa, o risco de ataques a infraestruturas críticas é uma preocupação crescente, explicou Rodrigo Gava, CTO da Vultus Cybersecurity Ecosystem. “Grupos, muitas vezes patrocinados por Estados hostis, veem infraestruturas críticas – como o setor de energia – como verdadeiras ‘joias da coroa’ e alvos estratégicos. Em muitos casos, buscam manter acessos persistentes de forma sigilosa, visando explorar essas brechas em momentos de crise ou conflito.”

“Ainda que a infraestrutura de Tecnologia Operacional (OT) nem sempre seja o alvo direto, o caso da Colonial Pipeline, nos Estados Unidos, em 2021, demonstrou como ataques tradicionais em ambientes de TI – como o comprometimento de uma VPN – podem ter efeitos concretos sobre a operação física, resultando em crises de abastecimento”, recordou.

Com informações da Agência Brasil, citando a Lusa; e da Europa Press

Matéria atualizada às 18h49 para inclusão da declaração de Pedro Sánchez e mais informações sobre ciberataques

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