Possibilidade de recessão global no primeiro semestre

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Precisamos nos preparar para recessão e nos posicionar para a recuperação”, analisa Gabriela Santos, estrategista de mercado global da JP Morgan em conferência online promovida pela InvestSmart, assessoria de investimentos credenciada à XP Investimentos. No evento, durante palestra virtual, ela apresentou previsões sobre o cenário econômico diante da pandemia da Covid-19, mostrando que há grandes chances de acontecer uma recessão global no primeiro semestre do ano.

De acordo com a especialista, o efeito negativo será concentrado na primeira metade de 2020. “A parte boa é que o mercado já sabe disso e consegue reagir antes, tanto nos ativos brasileiros, quanto no âmbito global. Ele já está precificado”, afirma Gabriela.

Numa análise macroeconômica, a especialista fez um balanço da pandemia nos principais continentes. “A Ásia lidou com o problema de forma muito diferente da Europa e Brasil, pois eles tinham os testes rápidos, tecnologia e as pessoas respeitaram a quarentena. E possuem experiência de outras epidemias”, ressaltou, acrescentando que o PIB da China será bem pequeno esse ano, com contração de aproximadamente 45%.

Já o PIB da Europa será negativo no primeiro trimestre, com 20% de contração, pois não existe lockdown (confinamento), o que foi grande parte do problema. Os países não tinham teste, preparação e não respeitaram o lockdown. Mas, a boa notícia da Europa é que a resposta fiscal tem sido muito sólida, com Banco Central Europeu oferecendo ajuda fiscal.

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Para o PIB norte-americano, a contração prevista é de 10% a 15%. A economia acaba de receber uma ajuda de US$ 2 trilhões, mas que será destinada para a recuperação econômica. O Banco Central (Fed) também cortou os juros a 0%, mas o que é necessário aos EUA é o estímulo fiscal. Para Gabriela, o papel mais importante do Fed agora é injetar liquidez no mercado.

Já na América Latina, isso tudo terá reflexo de forma indireta, no primeiro trimestre, com pouca demanda para exportações, queda das commodities, depreciação das moedas, bolsa caindo. O impacto disso será o aumento do caso do coronavírus. Essa previsão não inclui a Colômbia, pois o lockdown nesse país é respeitado.

De acordo com as previsões, o Brasil também terá contração no primeiro trimestre. “Precisamos entender que a recessão no Brasil vai passar, e que o momento é de calma e de enxergar as oportunidades. Pensar em ativos globais que oscilam menos do que os do Brasil (diversificação), investimentos em moeda forte (dólar), pensar no longo prazo”, analisa.

 

 

 

 

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