Pré-COP30

Pré-COP30 em Brasília prepara o caminho para acordos climáticos em Belém, com foco em investimentos verdes e metas globais

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Ilustração com logo COP30
COP30 (ilustração ONU)

Encerrou-se, na última terça-feira, em Brasília, o evento preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), com representantes de 67 países. A Pré-COP fincou bases para alguns consensos sobre as respostas às mudanças climáticas.

O fortalecimento de investimentos para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), sugerido pelo Brasil, a criação de empregos verdes e o financiamento climático para os países em desenvolvimento podem ter bons resultados em Belém.

A próxima década será fundamental para avançarmos em relação ao Acordo de Paris, de 2015, chamando as nações e a sociedade em geral a não desistirem da luta para manter o limite de 1,5ºC no aquecimento da Terra. Os esforços até aqui têm se mostrado insuficientes e, só no Brasil, em 2024, foram consumidos por incêndios 35 milhões de hectares de florestas, campos, cerrados e pastos.

Segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), o aumento da temperatura do planeta e o respectivo aquecimento global são uma realidade cujo ritmo e intensidade vêm sendo determinados com a contribuição humana. Estamos diante de um estado de emergência planetária, e o futuro nos obriga a um presente mais solidário e responsável no trato com a natureza.

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As mudanças climáticas estão cada vez mais severas, e não se pode negar a gravidade e o aumento de eventos climáticos e meteorológicos extremos: inundações bruscas, enchentes, deslizamentos, queimadas e incêndios florestais, além de ondas intensas de frio e calor — fatores de risco e desastres causados pela dinâmica da natureza, com impactos sobre a vida e a saúde humanas.

As mudanças e impactos concernentes ao clima são dados científicos, e o progresso para adaptação e mitigação ainda requer mudanças e superação de desafios. Os maiores desafios, entretanto, são diminuir a emissão de carbono na atmosfera e minimizar os efeitos do aquecimento global. Todavia, alguns países ainda não se dão conta dos riscos e das mudanças abruptas decorrentes do aquecimento da Terra.

As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), em que cada país define seus objetivos de longo prazo para reduzir as emissões, demonstram a disparidade desse entendimento. Apenas 34 países-membros da ONU apresentaram suas metas. Enquanto Brasil e França unem esforços por NDCs mais ambiciosas (NDCs 3.0), Índia, México, bem como a União Europeia e outros importantes países, devem apresentá-las apenas em novembro, mês da COP30. O governo de Joe Biden, nos EUA, apresentou sua NDC, mas o governo de Donald Trump iniciou o processo para se retirar do Acordo de Paris e desmantelou políticas climáticas.

Muitas oportunidades, como financiamentos e investimentos em créditos de carbono e da biodiversidade, ainda se abrem para o Brasil diante da COP30. Devemos esperar a ampliação de instrumentos financeiros inovadores e de regulações para o financiamento climático. A Pré-COP foi apenas um aceno a decisões mais concretas a serem tomadas por acordo em Belém. Os avanços dependem da firme vontade de cada um — e de todos — na convergência de interesses relevantes que possam resultar em benefício do planeta e da humanidade.

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