Ficou mais caro para o brasileiro comprar um aparelho de ar condicionado. É o que aponta o Índice de Eletroeletrônicos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)/Buscapé, que monitora 47 categorias e mais de 2 milhões de preços continuamente, com informações do principal comparador de preços do país. A categoria apresentou aumento de 25,7% em um ano, no período de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, muito acima do índice inflacionário do período, que ficou acumulado em 4,51%, de acordo com o IPCA/IBGE.
Para Sergio Crispim, pesquisador da Fipe e responsável pelo estudo, os preços desta categoria foram pressionados principalmente pelo desequilíbrio entre demanda e oferta, derivado do calor atípico.
“Até agosto de 2023, as variações anuais dos preços de aparelhos de ar condicionado já eram positivas e houve, a partir de setembro, uma escalada ainda maior nos preços, que tiveram o pico anual de 25,7% em janeiro deste ano”, explica o especialista.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente em 174 anos, com aumento de 1,4°C na média mundial. No Brasil, as temperaturas ficaram quatro meses seguidos, de julho a outubro, acima da média histórica. Setembro apresentou o maior desvio desde 1961, com 1,6°C acima da média, coincidindo também com o ponto de início da escalada dos preços do ar-condicionado.
Enquanto os ares-condicionados estão pesando mais no bolso dos brasileiros, outros eletrônicos ficaram mais baratos. A média das categorias monitoradas do Índice Fipe/Buscapé apresentou queda de 6,9%, impulsionada principalmente por celulares (-15,6%), monitores (-13,7%), tablets (-12,9%) e notebooks (-12,8%).
Já a primeira edição de 2024 do Radar Simplex apontou que as frequentes ondas de calor desde os últimos meses de 2023 alavancaram as buscas do brasileiro por modelos de ar-condicionado no mês de janeiro. A procura pelo modelo Inverter teve alta de 878% em comparação a dezembro de 2023, ocupando a liderança do ranking dos 10 termos mais buscados. O modelo portátil do eletrodoméstico, por sua vez, apresentou crescimento de 334% em relação a dezembro do ano passado.
Na vice-liderança do Radar de janeiro, purificador de água teve um salto de 485% em comparação a dezembro. Para o executivo, a evolução pode estar relacionada ao mais recente surto de gastroenterite que atingiu o carioca.