Preço do metro quadrado no Rio é o quinto mais alto da AL

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Aluga-se (Foto: Flickr)
Aluga-se (Foto: Flickr)

Estudo da Navent, intitulado Levantamento Imobiliário da América Latina (Rial Di Tella-Navent/Zonaprop), feito em parceria com o Centro de Investigación en Finanzas (CIF) da Escuela de Negocios de la Universidad Torcuato Di Tella, apontou que Santiago (no Chile) possui o metro quadrado mais elevado da América Latina (US$ 3.278/m²), seguido de Montevidéu (US$ 2.857/m²), Buenos Aires (US$ 2.847/m²), Cidade do México (US$ 2.269) e Rio de Janeiro (US$ 2.224). As informações são referentes a setembro de 2020.

A pesquisa é feita duas vezes por ano e tem como objetivo estudar o comportamento do preço dos imóveis que são tipicamente habitados por jovens profissionais de 14 cidades latino-americanas. Para realizar o estudo, foram selecionados bairros com características semelhantes nessas cidades, utilizando os seguintes filtros: número de quartos: 1 e 2 quartos (excluem-se os chamados estúdios); preço do imóvel: entre US$ 10 mil e US$ 300; área coberta: entre 20 e 100 m²; e soma dos metros cobertos (incluindo garagem) e metade dos descobertos menor que 200 m² (área de construção da casa/edifício).

No Brasil, os bairros selecionados para o levantamento foram Botafogo, Copacabana e Ipanema, no Rio de Janeiro; e Ibirapuera, Itaim Bibi, Jardins e Moema, em São Paulo.

O estudo também compara a variação percentual dos preços entre março de 2020 (quando foi realizado o primeiro estudo do ano) e setembro de 2020 em três unidades de conta: dólar nominal (sem considerar a inflação), dólar real e moeda local real. O preço da moeda local real está ajustado pela inflação de cada país, enquanto o preço em dólar real utiliza a inflação dos EUA.

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Quando se analisa os dólares nominais, as maiores quedas ocorreram em Córdoba (-13,5%), São Paulo (-9,0%) e Rio de Janeiro (-8,4%). Já em Moeda local, as diminuições mais significativas ocorreram em Montevidéu (-8,0%), São Paulo (-1,3%) e Cidade do México (-1,2%).

Já de acordo com o levantamento “Impactos da covid-19 no mercado imobiliário brasileiro”, produzido pela KPMG, a expectativa de recuperação de ativos de incorporação residencial será entre seis meses e um ano. Segundo a pesquisa, entre as principais tendências para este segmento, estão questões relacionadas aos condomínios que tendem a realizar mudanças em infraestrutura e oferecer espaços compartilhados para coworking e homeoffice. Com relação ao mercado de incorporação residencial, o estudo aponta que a redução da taxa básica juros (Selic) devem contribuir para que investidores enxerguem oportunidades de bons retornos na aquisição do ativo residencial. Além disso, os incentivos de financiadoras também devem impulsionar a recuperação do setor, oferecendo mais opção a quem quiser comprar imóveis para moradia.

Segundo a pesquisa, os ativos de indústria e logística também têm uma expectativa de recuperação rápida, menor que seis meses. De acordo com o estudo, o principal efeito causado pelo impacto da pandemia está relacionado ao crescimento da demanda de espaços para atender expansão do comércio virtual. Como tendência, aponta-se que as empresas que trabalhavam com estoques reduzidos tendem a repensar nessa estratégia. Com relação ao produto, o levantamento mostra que existe a expectativa de aumento da demanda por galpões mais urbanos e próximos aos clientes para atender em prazos mais curtos, além da renovação dos ativos do setor, com a priorização de imóveis mais eficientes.

A pesquisa mostra que, houve um impacto no mercado de lajes corporativas, que tem uma expectativa de recuperação mais lenta e que pode levar mais de 18 meses. Segundo o estudo entre as principais, tendências estão o fortalecimento de demanda por espaços flexíveis que facilitem os momentos de interação e colaboração entre funcionários, além de uma menor quantitativo de profissionais em espaço que não existe a presença do cliente e adoção de rodízio no trabalho presencial.

Outro setor apontado na pesquisa com uma expectativa de recuperação mais lenta é o setor hoteleiro, que foi um dos primeiros e principais afetados durante a crise causada pela pandemia. De acordo com a análise realizada, o turismo voltado a eventos corporativos e culturais deve ter uma recuperação ainda mais lenta. Além disso, empresas tendem a priorizar reuniões por videoconferências de modo a cortar custos, gerando impactos em cidades que dependem do turismo de negócios.

Com relação aos ativos dos shoppings centers, tiveram como principal efeito do impacto da pandemia, o fechamento a partir da segunda quinzena de março, a pesquisa aponta que a expectativa de recuperação é de mais de seis meses. O estudo também mostra que a tendência e incertezas do setor passam pela aceleração de maior convergência entre as experiências de compras virtual e física, além da expectativa de recuperação mais rápida devido à existência de demanda reprimida.

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