Os preços da indústria nacional caíram 0,20% em agosto frente a julho (-0,31%), sétima taxa negativa consecutiva após uma série de 12 resultados positivos em sequência, entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025. O Índice de Preços ao Produtor (IPP), assim, apresentou alta de 0,48% em 12 meses e o acumulado no ano ficou em -3,62%. Em agosto de 2024, a variação mensal foi de 0,66%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
O IPP das indústrias extrativas e de transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.
Em agosto de 2025, 12 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior, acompanhando a variação do índice na indústria geral. Em julho deste ano, 12 atividades haviam apresentado menores preços médios em relação a junho.
As quatro variações mais intensas foram em perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%); madeira (-1,59%); equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (1,59%); e papel e celulose (-1,42%).
“Há de se observar que o resultado mensal de agosto é o menos intenso desde abril (-0,12%). Se observarmos o que acontece com o acumulado no ano, veremos que os principais impactos vieram de setores de grande peso na indústria: alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino. O movimento desses preços tem explicações diversas, mas, no caso de alimentos, por exemplo, a safra é um fator que explica em grande parte a redução, não por acaso, açúcar, soja e arroz despontam como as principais influências, no acumulado do ano”, explica Alexandre Brandão, gerente do IPP.
As principais influências entre julho e agosto vieram de alimentos (-0,11 p.p.), outros produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.).
O setor de alimentos (-0,44%) segue apresentando variação negativa, a sétima no ano – apenas em abril houve variação positiva (1,52%) -, porém a menos intensa entre elas. Com isso, no ano, o acumulado foi de -7,55% e, em 12 meses, de 1,45%. Em relação a este último indicador, vale registrar que em janeiro ele apontava para uma variação de 13,60%, o que oscilou para mais e para menos até abril (14,08%), a partir de quando os resultados foram perdendo intensidade.
“Em relação ao setor de alimentos, dos 43 produtos levantados na pesquisa, os quatro de maior influência responderam por -0,02 p.p. (da variação de -0,44%), ou seja, são os outros 39 produtos que intensificam o resultado negativo. De toda forma, dos quatro de maior influência, a redução do preço da carne de frango, por conta de uma demanda menor, e o café, em período de safra, garantiram a influência líquida negativa, haja vista que os preços do óleo de soja e açúcar VHL subiram”, destaca o gerente da pesquisa.
De julho para agosto de 2025, o setor de outros produtos químicos teve a segunda maior influência (-0,08 p.p.) no desempenho negativo da indústria. No ano, a indústria química reverteu o sinal da variação de preços acumulada até julho, registrando -0,26%, enquanto em 12 meses o acumulado foi de 0,28%, reforçando a desaceleração inflacionária observada nos últimos meses (em julho a taxa estava em 3,63%).
Terceira colocação no ranking de maiores influências no IPP em agosto, indústrias extrativas (-0,06 p.p.) voltou a registrar desempenho negativo na comparação com o mês anterior (-1,39%). Apesar da queda de 6,29% em relação a agosto de 2024, é no acumulado do ano que as indústrias extrativas se destacam, com uma retração de 13,99% frente ao resultado observado em dezembro de 2024, variação mais intensa neste indicador e menor valor para um mês de agosto desde 2015.
Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, a variação de preços observada na passagem de julho para agosto de 2025 repercutiu da seguinte forma: 0,38% de variação em bens de capital; -0,14% em bens intermediários; e -0,40% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,27%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de -0,53%. No cômputo do resultado geral do indicador mensal, a principal influência dentre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens de consumo, cujo peso na composição do índice geral foi de 38,11% e respondeu por -0,15 p.p. da variação de -0,20% nas indústrias extrativas e de transformação.
Com informações da Agência de Notícias IBGE
Leia também:
-
Embraer estará neste sábado na COP 30
A indústria da aviação é responsável, em média, por 2% do total das emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE). Apesar de parecer uma parcela relativamente pequena das emissões globais, esse é um dos setores mais desafiadores para a descarbonização, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE). O desafio é por causa de uma […]
-
Vale e Petrobras seguem liderando ações mais negociadas na B3
A Vale (VALE3) assumiu a liderança do ranking das ações mais negociados em outubro e Petrobras (PETR4) aparece na sequência. Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiram uma posição cada, alcançando os terceiro e quarto lugares, respectivamente. O Banco do Brasil (BBSA3) ocupa a quinta posição. A holding brasileira Equatorial (EQTL3) entrou pela primeira vez no […]
-
Fazenda reduz para 2,2% projeção do PIB em 2025
A desaceleração da economia provocada por juros altos surtirá efeitos sobre a atividade econômica brasileira. O Ministério da Fazenda (MF) reduziu de 2,3% para 2,2% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – soma das riquezas produzidas no país) em 2025. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira, em Brasília, no Boletim Macrofiscal da […]
-
Crédito para empresas afetadas por tarifaço
Exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos registram queda de 31,3%
-
Reforma tributária: instituições financeiras não avaliam os impactos
Estudo realizado pela KPMG aponta que 86% das empresas brasileiras do setor financeiro não têm uma visão consolidada sobre os impactos financeiros da Reforma Tributária do Consumo. A KPMG ouviu líderes de 35 organizações do setor financeiro, seguros, meios de pagamento, operadoras de planos de saúde e imobiliário. A transição será longa, mas já provoca […]
-
Vendas no comércio caem 0,3% em setembro e acumulam quinta queda em seis meses
Vendas do comércio caem 0,3% em setembro, quinta queda em seis meses; setor acumula alta de 2,1% em 12 meses, aponta IBGE.




















