O Índice de Preços ao Produtor, que mede a variação de preços dos produtos na saída das fábricas, registrou inflação de 1,94% em julho deste ano. A taxa é superior ao 1,29% de junho deste ano, mas inferior aos 3,22% de julho de 2020. Com o resultado de julho, o IPP acumula taxas de inflação de 21,39% no ano (mais do que os 19,38% registrados em todo o ano de 2020) e de 35,08% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em julho, 20 das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram alta de preços em seus produtos, com destaque para os alimentos (2,09%), refino de petróleo e produtos de álcool (3,26%), indústrias extrativas (3,61%) e metalurgia (3,68%).
Quatro atividades apresentaram deflação (queda de preços): máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,37%), produtos de fumo (-0,51%), produtos têxteis (-0,49%) e produtos de madeira (-0,18%).
Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, a principal alta em julho veio dos bens de consumo semi e não duráveis (2,22%). Os demais segmentos tiveram as seguintes taxas de inflação: bens de capital, isto é, máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (2,14%), bens intermediários, isto é, insumos industrializados usados no setor produtivo (1,90%), e bens de consumo duráveis (0,76%).
A falta de insumos e matéria-prima vem sendo agravado nos últimos meses. A expectativa do levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no primeiro trimestre de 2021, que 73% das empresas da indústria geral (extrativa e de transformação) e 72% das empresas da indústria da construção encontravam dificuldades em obter os insumos e matérias-primas produzidos no Brasil. Dessas 42% preveem melhora apenas para o segundo semestre e 14% só veem um cenário mais positivo em 2022.
O consultor e sócio fundador da Partner Consulting Rui Rocha alerta que o mercado vem entendendo uma melhoria gradual do cenário econômico, no entanto, segundo ele não é uma tarefa fácil se planejar pós-crise sanitária, exigindo algumas habilidades do empresário e das organizações, até mesmo pelo momento turbulento que vivemos. “Nesse momento é necessário entender o quanto o segmento foi afetado, o quanto foi prejudicado o seu ambiente de negócio com os efeitos da pandemia e quais foram as mudanças predominantes nesse período, possibilitando uma revisão do modelo de trabalho daqui para a frente. É um legado da pandemia, um aprendizado que vai durar gerações e vai nos ensinar a rever os modelos de negócio”, salienta.
Com informações da Agência Brasil