O Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades brasileiras, apresentou alta de 0,50% em agosto, após avançar 0,64% em julho. Comparativamente, a expectativa do mercado para a variação do IPCA/IBGE de agosto de 2021 é de alta de 0,60%, segundo informação disponível na última publicação do Boletim Focus do Banco Central- resultado que, caso efetivado, representará uma queda real de 0,10% no Índice FipeZap. Individualmente, 47 das 50 cidades monitoradas pelo índice apresentaram aumento de preço no último mês. Considerando apenas as capitais, à exceção de Salvador (-0,20%), todas as demais registraram variação positiva, destacando-se: Vitória (+2,73%), Curitiba (+1,78%), Maceió (+1,77%), Florianópolis (+1,45%) e Goiânia (+1,39%). Com relação às duas capitais com maior representatividade no cálculo mensal do Índice FipeZap, foram apuradas altas de 0,35%, em São Paulo, e de 0,20%, no Rio de Janeiro.
Até agosto, o Índice FipeZap acumula alta nominal de 3,34%, inferior à inflação ao consumidor de 5,39% – considerando o comportamento observado e esperado do IPCA/IBGE. Caso a expectativa de mercado se confirme, a relação entre a variação acumulada do Índice FipeZap e da inflação ao consumidor apurada pelo IBGE resultará em um recuo de 1,94% do preço médio residencial, em termos reais. A alta nominal no índice no balanço parcial de 2021 é impulsionada pelas variações de preço registradas em todas as capitais monitoradas pelo índice, com destaque para as seguintes: Vitória (+13,13%), Maceió (+10,88%), Curitiba (+9,91%), Florianópolis (+9,81%), Goiânia (+8,28%), Manaus (+7,60%) e Brasília (+5,71%). As menores variações, por sua vez, foram observadas em: Belo Horizonte (+1,16%), Campo Grande (+1,17%), Salvador (+1,45%), Rio de Janeiro (+1,47%) e Recife (+2,41%).
Nesse horizonte mais amplo, o Índice FipeZap apresenta um avanço nominal de 5,27%. Na comparação com a inflação acumulada pelo IPCA/IBGE (+9,39%), o Índice FipeZap apresenta queda de 3,76%, em termos reais. Vale notar que, como no balanço parcial de 2021, todas as 16 capitais monitoradas registraram elevação nominal no preço médio nos últimos 12 meses, com destaque para as variações observadas em: Vitória (+18,33%), Maceió (+15,55%), Curitiba (+14,50%), Manaus (+13,71%), Florianópolis (+11,94%) e Goiânia (+11,80%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por sua vez, as altas acumuladas nos últimos 12 meses encerrados em agosto foram de 4,33% e 2,84%, respectivamente.
Com base na amostra de anúncios de imóveis residenciais para venda em agosto de 2021, o preço médio calculado entre as 50 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap foi de R$ 7.738/m². Dentre as 16 capitais acompanhadas pelo índice, São Paulo apresentou o preço médio mais elevado no último mês (R$ 9.602/m²), seguida por Rio de Janeiro (R$ 9.584/m²) e Brasília (R$ 8.503/m²). Já entre as capitais monitoradas com menor valor médio, vale mencionar: Campo Grande (R$ 4.362/m²), João Pessoa (R$ 4.729/m²) e Goiânia (R$ 4.870/m²).
Ainda sobre o IPCA, segundo Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, “projetamos o IPCA de agosto em 0,69% MoM e 9,49% YoY, a leitura mensal representa um recuo de 27 bps em relação a julho. Na abertura por grupos, destaques para as contribuições de transportes (0,23 pp), alimentação e bebidas (0,22 pp) e habitação (0,11 pp). Em especial, forte impacto dos itens alimentícios devido aos eventos climáticos e em combustíveis dada as altas nos preços do da gasolina após o reajuste da Petrobras no dia 11 de agosto e do etanol.”
Os preços administrados são projetados para 0,70% (contra 1,68% no mês anterior) e os preços livres para 0,69% (ante 0,69% em julho). Dentre os preços livres, aceleração de alimentação no domicílio para 1,33% (contra 0,78% em julho), serviços caindo para 0,33% (contra 0,67% em julho) com destaque para a queda de passagens aéreas de -10,9% e industriais acelerando para 0,84% (ante 0,68% no mês anterior), diz. “Nossa projeção de 0,69% do IPCA para agosto está abaixo da mediana de 0,71% das projeções da BBG. Para o ano de 2021, projetamos o IPCA em 8,1%. Esse valor incorpora o novo reajuste da bandeira tarifária, crise hídrica em vigor a partir de setembro e dinâmicas mais fortes para alimentos e serviços.”
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