Prefeituras são os órgãos públicos mais suscetíveis a hackers

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“As prefeituras seguramente são os órgãos públicos mais expostos a ataques cibernéticos, roubo de dados e até de recursos públicos”. A informação é de Ricardo Dastis, diretor de Professional Services da Scunna.

“De dois anos para cá, estamos vendo os ataques aos ambientes das prefeituras se repetirem e nada está sendo feito pelos gestores para aumentar a segurança. As pessoas não imaginam, mas trata-se de um dado muito grave. Estão ocorrendo roubo de dados e até de recursos”, salienta Dastis.

Em abril desse ano, a prefeitura de Piratini, no interior do Rio Grande do Sul, sofreu um ataque cibernético que gerou um prejuízo de R$ 528 mil. Foram 12 operações financeiras executadas após dados de uma das contas do Executivo terem sido hackeados. Já no fim de 2020, no município de Candiota (também no RS), quatro sistemas usados pela Prefeitura foram alvos de um ataque cibernético. Dados foram sequestrados e um ransomware (malware que impede acesso ao sistema infectado e que geralmente cobra resgate para o ambiente virtual ser restabelecido) prejudicou o funcionamento de serviços como pagamento a fornecedores, e agendamento de consultas e cirurgias ficaram inativos.

Para Dastis, os gestores municipais não se deram conta ainda do risco e de que precisam investir em soluções que, pelo menos, reduzam as chances de ficarem expostos. Ele sugere soluções EndPoint Protection (que também abrangem antivírus), gestão de acessos privilegiados, múltiplos fatores de autenticação e, especialmente, uma monitoração 24 horas durante os sete dias da semana dos eventos na busca contínua por anomalias.

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Na última semana, o Sistema Digital de Fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte foi invadido por hackers. É o segundo ataque em menos de um ano. Ao entrar no sistema, os servidores encontraram uma mensagem que ataca diretamente o prefeito. Em maio de 2019, o site da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, interior do Rio Grande do Sul, foi também invadido. E em março de 2020, em Imbuia, Santa Catarina, com cerca de 6.200 habitantes, hackers invadiram 10 contas bancárias da prefeitura do município e roubaram cerca de R$ 2 milhões.

Já de acordo com a pesquisa Cyberattacks Targeting Latin America, realizada pelo F5 Labs a partir de eventos mapeados durante os meses de janeiro, fevereiro e abril de 2021, o Brasil ocupa a sétima posição mundial como principal fonte de tráfego contaminado, com 7 milhões de malwares. Atualmente, com a pandemia, têm ocorrido uma escala alarmante de ataques digitais dos mais variados tipos. Em 2020, os ciberataques ultrapassam a marca de 8,4 bilhões, representando um crescimento de mais de 350% no país, segundo levantamento da Fortinet. A falta de investimento em infraestrutura tecnológica e cenário desafiador causado pela Covid têm sido as principais justificativas desse aumento.

Além disso, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem aumentado o interesse das empresas em segurança digital e armazenamento em nuvens privadas, a fim de evitar vazamento de dados. Dados da McAfee apontam que os prejuízos gerados por cibercriminosos somaram mais de US$ 1 trilhão. Comparado ao último levantamento da companhia de 2018, o aumento dessa cifra foi maior que 50% em dois anos.

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