Nesta sexta-feira, a continuidade dos temores sobre a Evergrande deve prejudicar o mercado brasileiro, após três dias de alta do nosso índice Bovespa. Contudo, os juros futuros tendem a ser pressionados para cima devido às incertezas do âmbito fiscal e expectativa de que a inflação medida pelo IPCA-15 de setembro, que será divulgada hoje, seja a maior taxa para o mês de uma série histórica, dessa forma, espera-se uma pressão negativa sobre o real e já é esperada uma alta na taxa básica de juros de 6,25% para 7,25% em outubro, na próxima reunião do Copom. A reforma administrativa, que busca ampliar a estabilidade de servidores, precisa de 308 votos no Plenário para que seja aprovada na Comissão Especial, o que é um desafio, porém que caso aconteça será bem vista pelo mercado. O contrato futuro do Índice Bovespa com vencimento em outubro de 2021 era negociado em queda de 0,90% às 9h03 do dia de hoje, enquanto o dólar comercial era negociado em alta de 0,45% neste mesmo horário.
No cenário internacional, observamos queda nos índices futuros das Bolsas de Nova Iorque, após alta nos últimos dias. Tal queda sugere que o movimento de alta de dois dias no mercado à vista seja prejudicado, com investidores aguardando comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, bem como de outros dirigentes da instituição, além da divulgação de um indicador de vendas de imóveis nos EUA. A crise de liquidez da gigante do setor imobiliário chinês segue sendo monitorada. Às 7h27, no mercado futuro, o Dow Jones tinha queda de 0,22%, o S&P 500 apresentava desvalorização de 0,32% e o Nasdaq tinha declínio de 0,46%. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas principais, subia 0,12%, a 93,145 pontos, de 93,100 pontos no fim da tarde de ontem. O juro da T-Note de 10 anos caía a 1,410%, de 1,414%, máxima desde 14 de julho. Na Europa as Bolsas estão em queda, motivadas pelas incertezas da questão da Evergrande, com investidores também digerindo divulgação de dados fracos sobre confiança do setor empresarial alemão. Às 7h25, Londres cedia 0,21%, Paris caía 0,99% e Frankfurt recuava 0,89%. O euro era negociado a 1,1737, ante US$ 1,1747 da tarde de ontem, enquanto a libra valia US$ 1,3708, de US$ 1,3732. Na Ásia as principais Bolsas também são negociadas em queda, principalmente em decorrência das incertezas sobre a recuperação da Evergrande. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,30%, enquanto a ação local da incorporadora chinesa sofreu um tombo de 11,61%. Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,80%, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,70%. Em Seul, o sul-coreano Kospi cedeu 0,07%. Já em Tóquio, o índice Nikkei saltou 2,06%, na volta de um feriado nacional no Japão. Na Bolsa australiana, o S&P/ASX 200 caiu 0,37% em Sydney. Às 7h32, o dólar valia 110,41 ienes, ante 110,29 ienes da tarde de ontem.
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Yuri Pasini
Trader Mesa Câmbio do Travelex Bank