Preocupação com inflação e custo de vida aumenta entre brasileiros em 2025

Segundo Febraban, sete em cada 10 dizem-se satisfeitos com a vida pessoal, mantendo patamar dos últimos levantamentos

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Varejo na Rua 25 de março (foto: Paulo Pinto, Fotos Públicas)
Varejo na Rua 25 de março (foto: Paulo Pinto, Fotos Públicas)

O brasileiro começou o ano de 2025 mais preocupado com a inflação e com o aumento do custo de vida. A percepção de que os preços estão em elevação saltou de 74% em setembro de 2024 (última edição em que a pergunta havia sido feita) para 89% agora, o maior percentual em mais de dois anos. A opinião de que a inflação aumentou nos últimos seis meses é igual ou superior a 85% é generalizada e abrange todos os estratos sociodemográficos e regiões brasileiras.

Alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico consolidam-se no primeiro lugar entre os itens mais impactados pela inflação. Algumas alterações foram observadas entre setembro e março como de maior peso na inflação: 74% indicam alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico, 4 pontos a mais que na onda anterior (70%). O preço dos combustíveis assumiu a segunda posição entre os itens mais afetados (31%), à frente de saúde e medicamentos, agora em terceiro lugar (30%).

Os dados são revelados pela sétima edição da Pesquisa Radar Febraban, realizada entre os dias 19 e 21 de março 2025 com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país. O levantamento mostra que, por outro lado, a percepção com relação à vida pessoal e familiar se mostra praticamente estável em comparação a dezembro de 2024, com 72% de respostas para “satisfeito” ou “muito satisfeitos”.

Segundo a pesquisa, 80% dos brasileiros avaliam que nesse primeiro trimestre sua vida pessoal e familiar ou melhorou (41%) ou ficou igual (39%). Esse balanço representa um retorno aos patamares de abril de 2024 (melhorar: 41%; ficar igual: 41%) e abril de 2023 (melhorar: 41%; ficar igual: 38%), revelando uma tendência para esse período do ano.

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“As notícias sobre a economia, marcadas no primeiro trimestre por temas como aumento da inflação e da taxa de juros, revisão para baixo das previsões de crescimento do PIB e possível impacto das políticas comerciais dos EUA sob o novo governo de Donald Trump, trouxeram incertezas para os brasileiros e impactaram as expectativas em relação ao Brasil no decorrer do ano”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe).

Ainda segundo o estudo, sete em cada 10 (72%) dizem-se muito satisfeitos ou satisfeitos em relação a sua vida pessoal; o contingente insatisfeito variou de 12% para 13%; 80% avaliam que sua vida pessoal e familiar nos três primeiros meses do ano ou melhorou (41%) ou ficou igual (39%); 75% acreditam que sua vida e de sua família vai melhorar em 2025; 14% não observaram mudança em sua vida privada no decorrer do ano; e 8% vislumbram uma piora na vida pessoal e familiar, com poucas variações ao longo da série histórica.

Os sentimentos negativos somam 20%, 3 pontos a mais em relação a dezembro. As menções dividem-se entre desconfiança (7%); medo (5%); tristeza (5%); raiva (2%); e vergonha (1%).

O estudo tem a visão de que houve recuo de 5 pontos na avaliação de que o país melhorou entre dezembro de 2024 e março de 2025, indo de 40% para 35%, menor percentual da série histórica. Percepção de piora do país oscilou de 32% para 34%, retomando o patamar de dezembro de 2022, o maior registrado na série histórica. Para 29% o país nem melhorou nem piorou nesses primeiros meses do ano. Em dezembro último, a percepção de estabilidade era de 26%, 3 pontos a menos em relação à atual Edição do Radar; 68% acreditam que em 2025 o Brasil irá melhorar (45%) ou ficar como está (23%).

Houve recuo na expectativa de melhora (de 49% para 45) e acréscimo na projeção de estabilidade (de 19% para 23%). E a expectativa de piora aumenta (de 28% para 30%).

Saúde continua no topo como prioridade na agenda da população (31%), mas aumenta a demanda por maior atenção do Governo à empregabilidade e à alta dos preços; no quesito emprego e renda: aumento de 5 pontos entre dezembro de 2024 e março de 2025 (de 18% para 23%), rompendo tendência decrescente observada desde 2023; inflação e custo de vida ocupava o quinto lugar em dezembro de 2024 (9%), mas muda agora para o terceiro lugar (12%), posição a que vem concorrendo desde abril de 2024 com a área de educação, que saiu do terceiro para o quarto lugar, com recuo de 12% para 9% das menções. Segurança foi para quinto lugar (8%) e antes ocupava a quarta colocação na última edição (10%). Corrupção: apesar do incremento de 2 pontos entre dezembro e março (de 4% para 6%), mantém-se na sexta posição; e fome e pobreza continuou em sétimo lugar, recuando de 5% em dezembro para 3% agora.

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