Preocupação do brasileiro com a inflação

137
Dinheiro, notas e moedas de real
Dinheiro (foto divulgação)

O brasileiro começa o ano de 2024 otimista com relação ao país, mas preocupado com a inflação e a alta dos preços. A primeira edição da pesquisa Radar Febraban de 2024 (realizada pela Federação Brasileira de Bancos) mostra que quase 7 em cada 10 entrevistados (67%) avaliam que os preços dos produtos aumentaram ou aumentaram muito, 13 pontos percentuais a mais que em dezembro de 2023 (54%). O item salário entrou pela primeira vez na pesquisa. 51% creem que esse item não sofrerá alterações. Os que acreditam em aumento somam 34%, ao passo que 13% apostam que haverá diminuição.

Ainda sobre os preços, a pesquisa revela que o número dos que observam diminuição dos preços recuou de 24% em dezembro para 11% em fevereiro, enquanto a parcela que enxerga estabilidade quase não sofreu alteração, oscilando de 20% para 21% no mesmo período.

Os dados refletem a pressão da alta dos alimentos sobre o IPCA, que mesmo com a desaceleração da inflação ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro em janeiro, segundo o IBGE. Soma-se a isso o impacto das contas de começo de ano, como material escolar, IPTU e IPVA, sobre o orçamento doméstico, além de eventuais resquícios dos gastos de final de ano.

A pesquisa também mostra que mais da metade dos brasileiros (57%) acredita que o Brasil vai melhorar em 2024 – um recuo de dois pontos em relação a dezembro (59%). Entretanto, com relação à vida pessoal, para 75% dos brasileiros, a sua vida estará melhor num horizonte de 12 meses – maior percentual da série histórica e oscilação de um ponto percentual em relação a dezembro (74%).

Espaço Publicitáriocnseg

Realizada entre os dias 14 e 20 de fevereiro, com 2 mil pessoas nas 5 regiões do país, pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), esta edição do Radar Febraban mapeia a percepção e expectativa da sociedade sobre a vida, aspectos da economia, gestão do governo e prioridades para o país e mensura como a população percebe o endividamento, o uso do Pix, o Programa Desenrola, o Celular Seguro e os Golpes e Tentativas de Golpes bancários. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.

Para 48% dos entrevistados, o Brasil está melhor na comparação com o ano anterior, número que vem se mantendo desde setembro de 2023, com discreta variação positiva em dezembro (49%). O otimismo em relação ao país é acompanhado da aprovação ao governo Lula, que oscilou de 51% em dezembro de 2023 para 50% agora, ao passo que a desaprovação se manteve estável, com 42%.

Muito embora a expectativa da população sobre o país em 2024 seja um pouco menos favorável do que era ao final de 2023, o otimismo ainda dá o tom, com mais da metade dos brasileiros (57%) acreditando que o Brasil vai melhorar e já está melhor na comparação com o ano anterior (48%), e também com a perspectiva de diminuição do endividamento pessoal (43%).

“Passado o período de festas de fim de ano quando, via de regra, o humor e as expectativas da opinião pública melhoram, os resultados desta edição de fevereiro refletem, em certa medida, as preocupações dos brasileiros com a inflação, sob impacto das contas de começo de ano, como material escolar, IPTU e IPVA, no orçamento doméstico”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

Inflação

‘Alimentos e outros produtos domésticos’, que haviam recuado em dezembro de 2023 (66%), voltaram a crescer em fevereiro de 2024 (72%) como os itens que, na opinião dos brasileiros, mais pesaram na alta dos preços.

As menções a ‘combustíveis’ e ‘serviços de saúde e remédios’ como os mais afetados pela inflação mostraram-se estáveis entre dezembro e fevereiro (30%), enquanto ‘pagamento da escola, faculdade ou outros serviços de educação’ aumentou – de 7% para 10% no período –, um possível efeito das despesas relacionadas a matrículas e material escolar no mês de janeiro. Sofreram oscilações para baixo os itens ‘planos de compra de veículos e imóveis’ (de 6% para 5%) e ‘planos de viagem’ (de 4% para 3%). Os demais, mantiveram-se estáveis.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui