O presidente do Conselho Regional de Economia de SP (Corecon-SP), Pedro Afonso Gomes, revela que causou estranheza a informação de que a Ordem dos Economistas do Brasil conferiu o prêmio de “Economista do Ano” ao presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Isso porque, segundo Gomes, Campos Neto não é economista. O prêmio será entregue nesta sexta-feira.
“A Lei 1.411/1951 e o Decreto 31.794/1952, protegendo a sociedade, determinam que só podem ser designados como economistas os bacharéis em Ciências Econômicas que sejam registrados no Conselho Regional de Economia que jurisdicione o seu domicílio ou local de trabalho”, diz o presidente do Corecon-SP.
“Assim como um bacharel em Direito só pode atuar como advogado após registrar-se na OAB, um contador no CRC, um médico no CRM, um engenheiro no Crea etc., igualmente a um bacharel em Ciências Econômicas só é permitido atuar como economista após se registrar regularmente no respectivo Corecon”, completa Gomes.
“Desde 1959, portanto há 65 anos, tal prêmio é conferido, e nunca o foi a alguém que não seja economista. É estranho atribuir o título de ‘Economista do Ano’ a alguém que é apenas bacharel em Ciências Econômicas, nunca se registrou em qualquer dos Conselhos Regionais de Economia em cuja jurisdição atuou, portanto, ou jamais exerceu a profissão de economista ou a exerceu de forma ilegal”, assevera Gomes.
O presidente do Corecon-SP acrescenta: “Se dizem que um não economista é economista, aí, por imperativo legal, teremos que esclarecer e agir. E isso não tem nada a ver com posições ideológicas ou de pensamento econômico, pois, no seio dos economistas há pelo menos 9 escolas convivendo com respeito mútuo, embora existam divergências entre elas.”
“Ademais, num tempo em que se oferecem serviços e produtos aos borbotões, os tomadores de serviços precisam saber, minimamente, se aquele profissional é habilitado a exercer tal múnus”, acrescenta Gomes.