A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, prometeu hoje resposta firme a qualquer provocação militar da Coreia do Norte, depois que o líder do país, Kim Jong-un, determinou que o arsenal nuclear esteja em estado de prontidão permanente.
– Se a Coreia do Norte lançar uma provocação, devemos responder com punições severas de modo a mostrar claramente qual o preço que o país tem de pagar e a expor a nossa determinação em proteger a nossa nação – disse, em discurso transmitido pela televisão.
Após a adoção sem precedentes, na quarta-feira, de duras sanções pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Park alertou para a possibilidade de uma resposta mais forte do que a habitual por parte da Coreia do Norte.
Horas após a aprovação da resolução, o governo norte-coreano disparou seis mísseis de curto alcance para o mar – uma resposta quase de rotina para condenar posições da comunidade internacional.
Os lançamentos foram pessoalmente monitorados pelo presidente Kim Jong-un que, de acordo com a imprensa estatal, ordenou também que o arsenal nuclear fosse colocado em “estado de prontidão permanente”.
Park afirmou que a Coreia do Sul vai manter a sua estratégia de pressionar Pyongyang (a capital norte-coreana) até a desnuclearização.
– Temos de fazer a Coreia do Norte perceber que o regime não vai sobreviver se não desistir do seu programa nuclear – disse.
Coreia do Sul e EUA iniciam diálogo sobre escudo antimísseis
A Coreia do Sul e os EUA iniciaram hoje conversações sobre a instalação do “escudo antimísseis” norte-americano Thaad no país asiático, um projeto que gerou forte rejeição da Coreia do Norte e da China. As negociações foram formalmente abertas depois de as duas partes apresentarem em Seul um novo grupo de trabalho conjunto, disse um porta-voz do Ministério de Defesa, em Seul.
O grupo de trabalho, liderado pelo tenente general sul-coreano Jang Kyung-soo e o norte-americano Robert Hedelund, celebra hoje a primeira reunião no ministério para abordar a futura instalação do escudo antimísseis norte-americano. O órgão conjunto vai se dedicar a debater uma série de assuntos como a eficácia militar do Thaad, os locais mais adequados para a sua instalação, o calendário de execução do projeto, a divisão de custos e o impacto sobre a segurança e o meio ambiente, entre outros, indicou o porta-voz da Defesa.
Seul e Washington anunciaram, em fevereiro, que começariam a negociar a instalação no território sul-coreano do escudo antimísseis como resposta ao teste nuclear e lançamento de um foguete espacial – considerado um teste de mísseis – da Coreia do Norte. O projeto Thaad, um sistema desenhado para interceptar mísseis na fase de voo terminal, gerou protestos tanto por parte da Coreia do Norte, que o considerou uma ameaça direta à sua segurança, como da China e, em menor medida, da Rússia.
Pequim declarou em diversas ocasiões a sua oposição à instalação do sistema, considerando que os seus radares podem captar informação militar confidencial chinesa, enquanto Moscou defende que o sistema permite inspecionar o espaço aéreo de algumas regiões do seu extremo oriental.
O início das conversações oficiais acontece num momento de particular tensão, depois de a Coreia do Norte ter lançado, na quinta-feira, vários mísseis de curto alcance para o mar e hoje ter ameaçado com um ataque nuclear preventivo, após receber novas sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Acredita-se que o escudo poderia ser instalado perto de Pyeongtaek, a 70 quilômetros de Seul, e onde se concentram importantes instalações militares norte-americanas.
Com informações da Agência Brasil, citando a Lusa