Presos no QG do Exército chegam a 1,2 mil; 204 foram detidos domingo 

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Geraldo Alckmin (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Geraldo Alckmin (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

A Polícia do Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) começaram, hoje de manhã a desocupar a área em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, ocupado desde o fim das eleições por apoiadores de Bolsonaro: aproximadamente 1.200 pessoas foram presas no local e levadas em dezenas de ônibus até a Superintendência da Policia Federal em Brasília. Imagens de TV mostram o comboio chegando à sede da PF. O número de presos foi informado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Os detidos passarão por triagem no Instituto de Criminalística e devem ser ouvidos por integrantes da PF. Não está claro se permanecerão presos ou se serão liberados em seguida. Em rede social, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou que a Polícia Legislativa prendeu 44 invasores no domingo, e que eles foram encaminhados ao sistema penitenciário da Papuda.

A Polícia Civil também emitiu nota em que confirma a prisão em flagrante de 204 vândalos durante o domingo de depredação e violência na Praça dos Três Poderes. De acordo com a corporação, os responsáveis por atos de menor potencial ofensivo assinaram termos de comparecimento à Justiça e foram liberados. Outros, responsáveis por condutas mais graves, permanecem presos.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) divulgou nota no fim da manhã de hoje informando que 176 pessoas que foram presas em flagrante no domingo, 112 homens e 64 mulheres, foram transferidos para  Centro de Detenção Provisória II e a Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

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A prisão das pessoas que pediam golpe de Estado em frente ao QG do Exército foi feita após ordem do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), que durante a madrugada determinou a remoção do acampamento em 24 horas e autorizou a prisão em flagrante de quem não acatasse a decisão. Segundo o magistrado, os bolsonaristas no local poderão ser enquadrados em ao menos sete crimes. Antes de realizar as prisões, os policiais que trabalham na desmobilização do acampamento avisaram aos presentes que deveriam se retirar do local voluntariamente, mas passado algum tempo, com a insistência das pessoas em permanecer, fizeram as detenções. Não houve registro de conflitos durante as detenções.

O ministro da Defesa, José Múcio, e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, chegaram a acompanhar a remoção do acampamento durante a manhã. A remoção efetiva das estruturas do local é realizada por militares do Exército, enquanto um cordão de agentes da PM-DF faz o isolamento da região.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou como barbárie as ações dos manifestantes.

“A barbárie de hoje é efeito direto da irresponsabilidade de todos que apoiam, financiam ou se omitem diante de atos antidemocráticos. Que sejam, na forma da lei, punidos em nome da República e da democracia, covardemente atingidas mais uma vez. A intervenção decretada pelo presidente Lula dará início à necessária apuração das responsabilidades criminais”, disse Alckmin.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que as ações de ontem foram “um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses” Dino responsabilizou o governo do Distrito Federal e disse que o Governo Federal seguirá com operações cabíveis para o restabelecimento da ordem pública.

A administradora regional do Plano Piloto, Ilka Teodoro, responsável pela região central de Brasília, comunicou nesta segunda-feira o desligamento do cargo “em caráter irrevogável”.

“A ausência de um comando firme na segurança pública, coordenando as operações e ordens de missão do dia e garantindo a participação e integração dos demais órgãos, deixou um vácuo doloso e um cenário de terra arrasada”, escreveu em uma postagem no Twitter (https://twitter.com/ilkateodorodf).

Ainda sobre as forças de Segurança, Ilka Teodoro acrescentou que a ação tardia do GDF é injustificável e indefensável, e que “a tolerância com os intolerantes, fascistas e terroristas nos levou ao caos”. A ex-administradora disse ainda que, em uma semana – da posse de Luiz Inácio Lula da Silva no domingo passado a ontem -, a população foi “do céu ao inferno”. Para ela, no âmbito do governo local, a situação é de “insustentabilidade”.

No governo do Distrito Federal desde 2019, Ilka Teodoro destacou ainda que a intervenção federal na segurança pública decretada ontem foi necessária para que fossem adotadas as medidas urgentes para restaurar a lei e a ordem no território e “para que possamos sonhar em voltar ao cenário de normalidade, com o diálogo preciso para reconstrução do país”.

“No âmbito do Governo do DF, a situação é de insustentabilidade. Como cidadã e como administradora regional, jamais havia me sentido tão insegura e impotente”, acrescentou.

 

Com informações da Agência Brasil

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