Observadores atentos aos noticiários esportivo e econômico encontraram duas impressionantes semelhanças entre o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e o treinador do Corinthians, Paulo Cesar Carpegiani. A primeira, física, de que são quase sósias. A segunda, ainda mais impressionante, é que, apesar dos resultados de suas equipes, ambos ainda permaneçam nos cargos.
Esqueceu tudo
Em palestra, no Clube de Engenharia, no início desta semana, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse que palavras como “enfraquecer e liquidar a Petrobras para entregar as nossas reservas às multinacionais”, que usava como representante do PCdoB na Câmara dos Deputados até o governo FH são coisas do passado. Mesmo reconhecendo que a descoberta de petróleo no país só ocorreu graça à atuação do Estado – antes com o Conselho Nacional de Petróleo e depois com a criação da Petrobras – Lima, como diretor da ANP, diz que, graças à internacionalização da empresa, a estatal brasileira se transformou na 14ª maior companhia do setor no mundo. Para justificar esse mudança de 180 graus, o ex-deputado alega que, à exceção da Coréia do Norte, todos os países teriam aberto seu mercado de petróleo.
Monólogo
Mais do que com as novas idéias de Lima, a diretoria da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) ficou indignada com o pouco espaço para o contraditório durante o debate. Em protesto, o presidente da entidade, Heitor Pereira, e o conselheiro Fernando Siqueira se retiraram do plenário: “O Haroldo Lima falou da importância do Estado na descoberta do petróleo no Brasil, revelou a intenção de privatizar a Petrobras, o que demonstra que o ex-deputado não é um inocente, mas não respondeu sobre a Lei 9.478/97 que dá direito à propriedade e à exportação do petróleo. Não podemos nem questionar o pico de produção. Que democracia é essa? Como se não houvesse interesse das multinacionais”, argumentou Pereira.
Gratuito
O escritório de advocacia Siqueira Castro – Advogados foi apontado pela revista inglesa Latin Lawyer como o melhor do Brasil na prática de “pro bono” – atendimento e orientação jurídica gratuitos em todas as áreas do direito para instituições sem condições de pagar advogado particular. O Siqueira Castro orienta instituições, fundações e comunidades carentes, como a Mangueira, no Rio de Janeiro, auxiliando os jovens a ingressarem no mercado de trabalho.
Desregulamentação
“O mercado de energia elétrica está se desarrumando. Desde o final do ano passado, o preço futuro do mercado livre (para 2008 em diante) disparou. Está em US$ 120/130 o MW/h, superando o preço esperado para o cativo”. A constatação é do consultor Rafael Herzberg, da Interact Consultoria de Energia. Desde 2004, quando o mercado livre de energia elétrica começou a operar de forma significativa no Brasil, explica Herzberg, os consumidores que optaram por essa forma de contratação obtiveram economias entre 20% e 35% em relação à tradicional contratação cativa. Já há clientes livres desejando voltar a ser cativos, mas as regras vigentes os obrigam a um aviso prévio de cinco anos para efetuar a mudança.
Energia
Sob o tema “Mercado livre de energia elétrica: preços, subsídios e tarifas”, será realizada mais uma edição do seminário Dinâmica e Perspectivas do Setor Elétrico Brasileiro, organizado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel/UFRJ). O seminário, que será realizado, no próximo dia 8, no campus da Praia Vermelha, às 14h, terá a presença de Fernando Maia, diretor técnico regulatório da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Inscrições pelo telefone (21) 3873 5249.