A prévia da inflação ficou em 0,44% em maio, 0,23 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em abril (0,21%). As maiores influências vieram dos grupos saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de 1,07%, e transportes, que acelerou 0,77%, em grande parte por causa da alta na gasolina (1,90%), responsável por um impacto de 0,09 p.p. no índice geral.
No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje pelo IBGE, acumula alta de 2,12% e, em 12 meses, de 3,70%, abaixo dos 3,77% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2023, o IPCA-15 foi de 0,51%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram resultados positivos em maio. A alta nos preços em saúde e cuidados pessoais (1,07%) teve influência dos produtos farmacêuticos (2,06% e 0,07 p.p. de impacto), após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Além disso, higiene pessoal apresentou aceleração de 0,29% em abril para 0,87% em maio, influenciado, principalmente, pelo perfume (1,98%).
A outra grande contribuição em maio veio do grupo Transportes (0,77%), influenciado pelo aumento na gasolina (1,90% e 0,09 p.p.) e nas passagens aéreas (6,04% e 0,04 p.p). Em relação aos demais combustíveis (2,10%), o etanol (4,70%) e o óleo diesel (0,37%) tiveram alta. Por outro lado, o gás veicular (-0,11%) registrou queda no preço.
Destaca-se também a variação do metrô (2,53%), que foi influenciada pelo reajuste de 8,69%, a partir de 12 de abril, no Rio de Janeiro (7,45%). Já a alta do subitem táxi (0,73%) decorre do reajuste médio de 17,64%, a partir de 22 de abril, em Recife (14,12%).
No grupo alimentação e bebidas (0,26%), a alimentação no domicílio subiu 0,22% em maio. As principais contribuições positivas foram as altas da cebola (16,05%), do café moído (2,78%) e do leite longa vida (1,94%). No lado das quedas, destacam-se o feijão mulatinho (-5,36%), as frutas (-1,89%), o arroz (-1,25%) e as carnes (-0,72%).
A alimentação fora do domicílio (0,37%) acelerou em relação ao mês de abril (0,25%), em virtude da alta mais intensa da refeição (0,07% em abril para 0,34% em maio). O lanche (0,47%) teve variação igual à registrada no mês anterior.
No grupo habitação (0,25%), a alta da taxa de água e esgoto (0,51%) foi influenciada pelos reajustes de 6,94% em São Paulo (1,39%), a partir de 10 de maio, e de 1,95% em Goiânia (1,01%), a partir de 1º de abril. Em energia elétrica residencial (0,17%), reajustes tarifários foram aplicados nas seguintes áreas: Salvador (3,26%), com reajuste de 1,63%, a partir de 22 de abril; Recife (-1,08%), com reajuste de -2,64% a partir de 29 de abril; e Fortaleza (-3,69%), com reajuste de -2,92% a partir de 22 de abril.
Os outros resultados positivos em maio vieram de vestuário (0,66%), despesas pessoais (0,18%), comunicação (0,18%) e educação (0,11%), enquanto artigos de residência (-0,44%) registrou a única retração no mês.
Quanto aos índices regionais, as 11 áreas tiveram alta em maio. A maior variação foi registrada em Salvador (0,87%), por conta das altas da gasolina (6,89%) e energia elétrica residencial (3,26%). Já o menor resultado ocorreu no Rio de Janeiro (0,15%), que apresentou queda nos preços do feijão preto (-10,38%) e das carnes (-1,56%).
Segundo Leandro Manzoni, analista de Economia do Investing.com, “o IPCA-15 de maio veio abaixo das estimativas do mercado, mas sem surpresa quanto aos componentes que fizeram o índice acelerar em relação ao mês anterior. A base mensal foi de 0,44%, ante 0,21% em abril, com o acumulado a 12 meses se reduzindo de 3,77% para 3,7%.”
Ainda de acordo com ele, “o resultado vai amenizar um pouco a pressão sobre a expectativa de deterioração da inflação, embora os índices de preço ao produtor apresentou a terceira aceleração seguida em abril (0,74%) e deve crescer no radar do mercado se essas altas vieram para ficar e podem ser repassadas ao consumidor nos próximos meses.”
Com informações da Agência IBGE de Notícias
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