Prévia do PIB decepciona, com 1,3% de alta; mercado esperava 4,5%

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Após dois meses de forte queda, a atividade econômica brasileira registrou crescimento em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado subiu 1,31% em maio, em relação a abril deste ano. Essa foi a maior alta mensal desde junho de 2018, quando houve crescimento de 3,3%.

Os dados decepcionaram os analistas do mercado financeiro. O Banco Digital Modalmais esperava uma alta de 4,4%, a mediana das expectativas do mercado era de +4,5%. Em 12 meses, o índice mostra queda de 14,24%, ante previsão de -11,7%.

Apesar de decepcionarem para baixo, os dados reforçam a correlação entre relaxamento do isolamento social e retomada da atividade econômica. Dada a continuação deste movimento em junho, espera-se naturalmente manutenção da expansão ao longo do mês. Evidentemente, a principal incerteza permanece em torno do ritmo de controle da pandemia”, afirmou Felipe Sichel, estrategista-chefe do Modalmais.

Os analistas do Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) registraram que a recuperação em maio e provavelmente em junho podem não ser suficientes para alterar previsão de forte contração no segundo trimestre. “Esperamos uma recuperação adicional da atividade econômica em junho, em meio à reabertura gradual de alguns segmentos em várias cidades. Alguns indicadores antecedentes, como tráfego de veículos nas estradas com pedágio, vendas de papelão ondulado e índices de confiança, apontam para essa direção em junho”, escreveram em análise.

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Mas essa recuperação em maio e provavelmente em junho pode não ser suficiente para alterar nossa previsão de uma forte contração no PIB no segundo trimestre. Nossa expectativa atual é uma contração de 12% em relação ao primeiro trimestre (…) Para todo esse ano, esperamos uma contração do PIB de 7,4%”, destaca o MUFG.

O IBC-Br, que busca antecipar o PIB oficial, que é calculado pelo IBGE, já vinha fraco em 2020. Em janeiro e fevereiro houve crescimento de 0,12% e 0,35%, respectivamente, de acordo com dados revisados. Em abril, teve queda de 9,45%, e em março, de 6,14%, na comparação com o mês anterior, sempre dessazonalizado (levando em conta as peculiaridades de cada mês).

Na comparação com maio de 2019, no entanto, houve recuo de 14,24% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais). Em 12 meses encerrados em maio, o indicador teve retração de 2,08%. No ano, o IBC-Br registra recuo de 6,08%.

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