O sistema de Previdência Complementar Fechada (EFPC) deve fechar 2025 com patrimônio recorde de R$ 1,4 trilhão. Segundo Devanir Silva, diretor-presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), “o patrimônio deverá atingir R$ 1,4 trilhão em dezembro, com rentabilidade anual estimada em 14,45%, superando a meta atuarial de 10,36%. O setor deve registrar superávit de R$ 5,2 bilhões, o que reflete a gestão responsável e o compromisso das entidades com seus participantes e patrocinadores.”
O cenário base considera o Ibovespa a 154 mil pontos, com valorização de 23,2% na renda variável.
O sistema encerrou o primeiro semestre de 2025 com resultados positivos e indicadores de solidez, reforçando seu papel como um dos principais pilares da poupança de longo prazo no país. Segundo o Consolidado Estatístico Abrapp, os ativos do setor somaram R$ 1,33 trilhão, equivalentes a 11% do PIB nacional, e a rentabilidade média foi de 6,48%, superando a meta atuarial de 5,1%.
A renda fixa permanece dominante nas carteiras, representando 84,4% dos ativos, enquanto a renda variável responde por 8%, e 7,6% estão alocados em imóveis, empréstimos a participantes, investimentos estruturados e aplicações no exterior. Essa composição reflete uma postura mais conservadora de gestão, adotada desde 2020, diante da volatilidade dos mercados e das mudanças no cenário de juros e inflação.
Mesmo nesse ambiente desafiador, o sistema manteve equilíbrio financeiro e resiliência, reduzindo o déficit líquido de R$ 8,9 bilhões em dezembro de 2024 para R$ 5,9 bilhões no primeiro semestre de 2025 – evidência da capacidade das entidades de preservar a sustentabilidade dos planos.
De acordo com o presidente, nenhum benefício foi suspenso ou atrasado em momentos de crise, o que comprova a solidez e a governança das entidades. Em 2025, o sistema deverá pagar R$ 125 bilhões em benefícios, valor equivalente a R$ 10 bilhões mensais injetados na economia brasileira.
Mesmo com quase 80% dos investimentos concentrados em títulos públicos, Silva vê a queda gradual da taxa Selic como uma oportunidade de ampliar os investimentos produtivos.
“A queda da taxa de juros abre ótimas oportunidades, não tenho dúvida, nos investimentos produtivos – no agro, na infraestrutura, na indústria. Isso alavanca a economia brasileira e protege o patrimônio dos nossos participantes”.
Devanir Silva reforçou o compromisso da Abrapp com a inclusão previdenciária de autônomos, profissionais de aplicativos e microempreendedores individuais, destacando a proposta da entidade para criação de um programa de micropensões.
A iniciativa, já apresentada em audiências na Câmara dos Deputados, busca permitir que trabalhadores sem vínculo formal possam aderir a planos capitalizados, de contribuição definida e gestão sem fins lucrativos, ampliando a proteção previdenciária e estimulando a poupança de longo prazo.
“O Brasil tem mais de 16 milhões de microempreendedores e precisamos oferecer a eles proteção previdenciária. Já temos tecnologia e governança para isso – falta apenas o reconhecimento legal”, afirmou Silva, ao comentar o avanço das discussões que deverão subsidiar um anteprojeto de lei sobre o tema.
O dirigente também ressaltou o papel estratégico da Frente Parlamentar Mista da Previdência Complementar Fechada, criada neste ano com 208 parlamentares de diferentes partidos. Presidida pelo deputado Tadeu Veneri (PT-PR) e tendo como vice o capitão Alberto Neto (PL-AM), a frente tem como objetivo modernizar o marco regulatório do setor, estimular a poupança de longo prazo e fomentar a expansão dos planos corporativos, familiares e instituídos.
Para Silva, o fortalecimento desse canal de diálogo com o Legislativo é essencial para consolidar a previdência complementar como pilar da sustentabilidade previdenciária e do desenvolvimento econômico nacional.
“A Frente Parlamentar é um passo fundamental para aprimorar a legislação e criar um ambiente de incentivo à formação de poupança e de investimentos produtivos no país”, destacou.
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