O setor financeiro no Brasil iniciou o primeiro trimestre deste ano com resultados negativos no mercado de fusões e aquisições. De acordo com a pesquisa trimestral da KPMG, a indústria registrou um decréscimo de 28,57% no número de operações (15) em relação ao mesmo período do ano anterior (21).
“A retração nas operações de fusões e aquisições no setor de instituições financeiras no primeiro trimestre do ano está diretamente relacionada ao ambiente macroeconômico desafiador do país, marcado por juros elevados, inflação persistente e menor apetite ao risco. Esses fatores têm levado às empresas do mercado a adotarem uma postura mais conservadora nas decisões de investimento”, avalia o sócio da KPMG, Cláudio Sertório.
Com relação ao tipo de operação realizada no setor, das 15 concretizadas no primeiro semestre deste ano, 9 são domésticas, ou seja, realizadas entre empresas brasileiras; 4 envolveram cidadãos não brasileiros adquirindo capital de companhia estabelecida no país (tipo CB1); 1 realizou uma transação de empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior (CB2) e mais 1 negociação de empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no Brasil (CB3).
Cenário brasileiro: fusões e aquisições registraram queda de 6% no primeiro trimestre.
As empresas brasileiras realizaram 330 operações de fusões e aquisições no primeiro trimestre deste ano, segundo uma pesquisa da KPMG. Trata-se de uma leve queda de 6% se compararmos com o mesmo período do ano passado quando foram fechados 350 negócios no país. O estudo é feito trimestralmente com 43 setores da economia.
“O levantamento da KPMG mostrou que houve uma pequena desaceleração no ritmo de compra e venda das empresas no país se levarmos em conta os mesmos meses de 2024, mantendo a atividade de fusões e aquisições praticamente estável. Isso se deve a alguns fatores, principalmente, questões geopolíticas internacionais e a dinâmica do mercado que é mais fraca nos períodos iniciais do ano. A tendência é que esse movimento se recupere nos próximos trimestres”, analisa o sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.