Primeirão

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A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, a simpática Donna Hrinak, não errou apenas no tom, hesitante, em sua resposta à dura condenação do presidente Lula à invasão norte-americana ao Iraque. Também se equivocou nos números. Pelas suas contas, em 12 anos, o Iraque teria cometido 17 infrações a resoluções da ONU, o que, segundo ela, constituiria um recorde. Esse recorde somente poderia ser contabilizado se desconsideradas as violações de Israel a resoluções da ONU, que somam cerca de três dezenas.

Mordaça
A questão foi levantada pelo canal de TV Fox News – que mantém posições tão próximas às dos “falcões” republicanos que muitas vezes parece porta-voz da facção: “Já que esta é uma guerra diferente, com perigo dentro dos EUA também, é justo as pessoas irem às ruas protestar e tomar tempo da polícia, que já tem que combater o terrorismo?” Que poderia ser respondida com outra pergunta: “Afinal, quem são os ditadores e onde fica a ditadura?”

Anefac
O economista e consultor Miguel José Ribeiro de Oliveira, atual vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), acaba de ser eleito presidente da entidade. Ribeiro de Oliveira assumirá seu comando a partir de julho.

Fora
Indagado se, com a ida de Renê Garcia para a Susep, voltaria para o mercado de capitais, o atual superintendente do órgão, Hélio Portocarrero, respondeu: “Nem brincando”.

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Refino
A invasão do Iraque, a curto prazo, não trará problemas para a economia brasileira. No entanto, a médio prazo, o país poderá ter sérios problemas na importação de derivados do petróleo, principalmente diesel e GLP, além de querosene de aviação, que afetam diretamente a vida da sociedade, avalia o secretário estadual de Energia e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer. “O Brasil precisa urgentemente de um parque de refino com capacidade de suprir a demanda interna”, defende.
Victer diz que o governo brasileiro, através da Petrobras, acertou ao redirecionar no passado sua importação de petróleo de países que não estão na zona de guerra entre os Estados Unidos e o Iraque (países africanos e a Argentina).

Crava & ferradura
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de conciliar a não elevação da taxa básica de juros (Selic) com a tendência de alta mostra que as convicções monetaristas do ministro Palocci estão longe de ditarem um caráter monolítico ao governo. Apesar das racionalizações sobre o suposto caráter técnico da política monetária, a não elevação dos juros mostrou que as duras críticas dos setores produtivos às últimas altas da Selic tiveram efeito, ainda que parcial, e que, ao mesmo tempo, a necessidade de cevar o “mercado” tem fortes apoiadores na equipe econômica.

Tá Russo
A apropriação muito seletiva do senador Aloizio Mercadante de Metamorfose ambulante, de Raul Seixas, acaba de receber uma réplica musical. Antigo sucesso em 1987 nas vozes de Renato Russo e Flávio Venturini, a bela composição Mais uma vez acaba de ser redescoberta pelas rádios, dessa vez cantada apenas pelo líder da Legião Urbana.
Um dos seus versos diz, como que profeticamente: “Tem gente enganando a gente/veja nossa vida como está/mas eu sei que um dia a gente aprende/Se você quiser alguém em quem confiar/Confie em si mesmo”.

Noturno
Utilizar melhor as instalações da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ficam ociosas à noite, é a proposta da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que aprovou por unanimidade moção de apoio à criação de cursos noturnos na UFRJ, por iniciativa do vereador Ricardo Maranhão (líder do PSB). A moção, que será enviada ao ministro da Educação, Cristovam Buarque, diz que o não funcionamento da universidade à noite é um exemplo marcante de subutilização.

Infra-estrutura
O administrador de empresas Antônio Carlos Soares será o novo presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Seu nome foi confirmado pelo ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que deverá comparecer à posse, prevista para a próxima sexta-feira. Antônio Carlos foi subsecretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro no governo Benedita da Silva e é dirigente nacional do PT. Foi também gerente-administrativo dos Sindicatos dos Médicos, dos  Ferroviários e dos Engenheiros do Rio de Janeiro. Logo no início de sua gestão, Antônio Carlos pretende organizar um seminário sobre revitalização do sistema portuário do estado, reunindo representantes de todos os segmentos da produção portuária fluminense.

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