Privatização da Eletrobras não garante investimentos, diz ministro

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Vital do Rêgo (Foto: José Cruz/ABr)
Vital do Rêgo (Foto: José Cruz/ABr)

O Tribunal de Contas da União (TCU) adiou por 20 dias o julgamento sobre a segunda etapa da privatização da Eletrobras. O ministro Vital do Rêgo pediu vistas (tempo para analisar melhor o processo) por 60 dias. Após intenso debate, a presidente do TCU, Ana Arraes, determinou o prazo menor.

O relator do processo de desestatização no Tribunal, Aroldo Cedraz, leu seu voto, dizendo que é um “passo gigantesco para a evolução e até mesmo transformação da nossa matriz energética”. No julgamento da primeira etapa, apenas Vital do Rêgo votou contra.

Nesta quarta, Rêgo criticou a falta de informações sobre o impacto da privatização na conta de luz dos consumidores. O ministro afirmou também que há inconsistência nos investimentos previstos: “Há uma evidente contradição entre o discurso para justificar a privatização da Eletrobras, a garantia de investimentos, e os estudos apresentados ao TCU que preveem ao final de 30 anos a ausência completa de investimentos… A tese de garantir investimentos ao setor não para em pé.”

na votação da primeira fase, Vital do Rêgo apresentou um relatório em que mostra que o patrimônio da estatal, avaliado em R$ 67 bilhões, vale, na verdade, pelo menos R$ 130,4 bilhões, ou seja, quase o dobro. Matérias publicadas pelo Monitor Mercantil em fevereiro mostram que o valor da Eletrobras pode chegar a R$ 230 bilhões.

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A decisão de adiar por 20 dias desagradou ao Ministério da Economia, que defendia, nos bastidores, apenas 10 dias. Apesar do revés parcial, as ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) fecharam a quarta-feira com alta de 3,94%.

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