Procura por crédito caiu 25,7% em abril

188

A busca dos brasileiros por crédito teve queda de 25,7% em abril deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a março de 2020 houve retração de 13,5%. Os dados são do Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian.

Na comparação de abril de 2020 com abril de 2019 a população com salário de até R$ 500 foi a que menos procurou por crédito (27,5%). Para aqueles que recebem entre R$ 500 e R$ 1000 a demanda caiu 26,4%.

Luiz Rabi, economista da Serasa Experian diz que o atual cenário econômico desencorajou a ampliação do consumo via crédito e a tomada de empréstimos para formação de patrimônio.

Neste momento, permeado por incertezas e queda da renda, o consumidor priorizou gastos de primeira necessidade, feitos geralmente à vista ou com crédito pré-aprovado, em vez de endividar-se para médio ou longo prazo. Dessa forma, setores que contribuem fortemente para a demanda por crédito, como o imobiliário e o automotivo, foram menos procurados, o que explica a retração recorde do indicador”, explicou o economista à agência Brasil.

Espaço Publicitáriocnseg

Rabi explicou que um dos fatores desse cenário é a falta de confiança, principalmente, para aqueles de menor renda, já que as pessoas que não possuem uma reserva financeira e dependem de sua renda mensal para sobreviver, por isso estão menos dispostas a adquirir despesas futuras, pois não têm segurança para arcar com grandes compromissos financeiros.

As regiões Centro-oeste (-32,2%) e Nordeste (-24,2%) foram as que demonstraram a menor busca por crédito, na comparação entre abril de 2020 com igual mês de 2019. Em seguida está o Norte (-24,2%), acompanhado do Sudeste (-22,9%) e do Sul (22,2%).

 

Empresas

 

Em final de abril, Rabi avaliou que a paralisação de alguns setores devido às medidas de isolamento social para combater a pandemia da covid-19 deve trazer desafios aos novos empreendimentos. “Empresas recém-criadas, principalmente os pequenos negócios que contam com pouco capital de giro, são mais sensíveis à queda do faturamento e devem enfrentar dificuldades para manter o equilíbrio financeiro”, disse.

O momento atual vai exigir desses novos empresários um replanejamento de metas, capacidade para otimizar recursos e habilidade para negociar prazos e condições com seus fornecedores e instituições de crédito”, acrescentou.

Em apenas quatro meses, o panorama mudou radicalmente. O Brasil registrou um aumento de 21,7% na abertura de empresas em janeiro, em relação ao mesmo mês no ano passado. No mês, foram abertos 320.512 novos empreendimentos, segundo dados da Serasa Experian. O número é recorde nos levantamentos realizados pela entidade, desde 2010.

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui