
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) afirma que a ampliação da área exploratória de petróleo e gás do país é fundamental para a manutenção da segurança energética nacional. Esse movimento, aliado ao aumento dos índices de conteúdo local, pode resultar em uma série de benefícios que abrangem aspectos econômicos, sociais, energéticos e tecnológicos para o país, além de favorecer a transição energética. O Ineep divulgou nesta quarta-feira, o seu 5º Boletim de Produção e Exploração de Petróleo e Gás (E&P).
De periodicidade trimestral, a edição analisa a produção de petróleo e gás no Brasil no quarto trimestre de 2024, com base nos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A produção do 4T24 foi 0,5% inferior à registrada no trimestre anterior. Nesse intervalo, a produção do pré-sal apresentou uma redução de 2,1% em relação ao 3T24, enquanto o pós-sal e o onshore registraram aumentos de produção de 7,2% e 2%, respectivamente.
Na análise anual, a produção em 2024 apresentou uma redução de 0,5% em relação a 2023. O pré-sal e o onshore foram os ambientes de produção que apresentaram crescimento em relação a 2023, com aumentos de 2,4% e 9,2%, respectivamente. Por outro lado, a produção do pós-sal teve um recuo de 14,6% no período analisado.
Em 2024, a participação do pré-sal na produção nacional aumentou em pouco mais de dois pontos percentuais em relação a 2023. A produção de petróleo e gás da região representou 78,3% da produção nacional, enquanto, em 2023, esse percentual foi de 76,1%. Esse é o maior índice de participação do pré-sal na história da produção nacional.
A produção média de petróleo no 4T24 foi de 3,34 milhões boe/d. Este volume representa uma redução de 0,4% em comparação com o 3T24 e é 7,4% menor que a registrada no 4T23. No mesmo período, a produção média de gás natural atingiu 1 milhão boe/d, volume que é 0,7% menor que o registrado no trimestre anterior.
No consolidado de 2024, a produção de petróleo alcançou uma média de 3,36 milhões boe/d, valor que é 1,3% menor que o registrado em 2023. Já a produção de gás natural foi, em média, de 0,96 milhões boe/d, o que corresponde a um aumento de 2,2% em relação ao ano de 2023.
Regiões produtoras
No 4T24, a Bacia de Santos destacou-se como a principal região produtora de óleo e gás do país, responsável por 77,8% da produção nacional, totalizando uma média de 3,37 milhões boe/d. Em seguida, a Bacia de Campos registrou a segunda maior produção média do Brasil, alcançando 700,1 mil boe/d. A Bacia de Solimões, situada em Manaus, obteve a terceira maior média na produção de óleo e gás, aproximadamente 96,6 mil boe/d. A Bacia Potiguar, que se estende do Rio Grande do Norte ao Ceará, apresentou uma média de produção de 40,3 mil
boe/d, ocupando o quarto lugar. Na sequência, a Bacia de Parnaíba registrou uma produção média de 38,8 mil boe/d. A Bacia do Recôncavo, localizada na porção leste do estado da Bahia, apresentou uma produção média de 37,3 mil boe/d no mesmo período. Já as bacias Espírito Santo, Alagoas e Sergipe produziram, respectivamente, em média, 16,7, 14,4 e 12,1 mil boe/d. As demais bacias (Amazonas, Barreirinhas, Tucano do Sul e Paraná) produziram em conjunto uma média de 1,5 mil boe/d.
Petrobras
No quarto trimestre de 2024, a Petrobras foi a principal responsável pela produção nacional tanto na posição de operadora como de concessionária. Como operadora, a Petrobras liderou a produção com uma média de 3,86 milhões boe/d, o que representa cerca de 88,9% da produção total do período. As demais petroleiras, nacionais e multinacionais, operaram a produção de 0,48 milhões boe/d, o que correspondeu a aproximadamente 11,1% do total.
Enquanto concessionária, a Petrobras deteve 61,5% da produção total, alcançando a marca de 2,65 milhões boe/d. As demais petroleiras responderam por 1,66 milhão boe/d, o que corresponde a aproximadamente 38,5% da produção nacional no 4T24.
Os principais destinos das exportações brasileiras de petróleo foram a China, que recebeu, em média, 37,6% do volume total exportado, seguida pelos Estados Unidos, com 15,8%, e pela Espanha, com 12,2% das exportações. Em 2024, o Brasil exportou, em média, 1,75 milhão de bpd, uma marca 10,1% maior do que a registrada em 2023, quando foram exportados 1,59 milhão de bpd. Desta forma, com uma produção média de 3,36 milhões de bpd no ano, o Brasil destinou 52,1% de sua produção à exportação.















