Produção recorde garante exportação de carne bovina

Frango, entretanto, ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro: preço acessível e alto valor nutricional estão entre as vantagens

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Açougue (Foto: Silvio Avila/Mapa)
Açougue (Foto: Silvio Avila/Mapa)

A produção de carne bovina deve chegar a 10,19 milhões de toneladas neste ano, o que significa um aumento de 7,1% quando comparado com 2023. Se confirmado, o volume será um novo recorde na série histórica, ultrapassando a produção obtida em 2006. É o que aponta o quadro de suprimento de carnes atualizado hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A alta é explicada pelo auge no processo do ciclo pecuário devendo ser atingido em 2024, com o pico do descarte das fêmeas.

Diante deste cenário de maior oferta do produto, as exportações devem registrar um crescimento de 13,4%, podendo chegar a 3,44 milhões de toneladas. Apenas no acumulado dos seis primeiros meses do ano, os embarques de carne bovina já chegaram a 1,7 milhão de toneladas, incremento de 25,77% ao registrado no mesmo período de 2023. Mesmo com a alta nas vendas internacionais, o mercado doméstico não deve ser afetado. Para a disponibilidade interna a Companhia também prevê um aumento de 4,2%, sendo estimada em 6,82 milhões de toneladas.

Cenário semelhante é verificado para a carne suína. A produção deve chegar a aproximadamente 5,4 milhões de toneladas, leve alta de 1,9%. O incremento possibilita a elevação tanto nas exportações como no mercado interno, sendo projetada em 1,3 milhão de toneladas e 4,18 milhões de toneladas respectivamente. Caso sejam confirmadas as estimativas da companhia, as vendas externas e a disponibilidade do produto no mercado nacional irão atingir um novo recorde na série histórica do produto.

Para a avicultura de corte, o panorama é de certa estabilidade. A produção de mantém próxima a 15 milhões toneladas de carne de frango, com as exportações em níveis em torno de 5 milhões de toneladas e disponibilidade interna na faixa de 10 milhões de toneladas.

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Com isso, a produção das três principais carnes do país deve chegar a 30,77 milhões de toneladas neste ano. O volume representa um crescimento de 3,5% se comparado com 2023 e estabelece um novo recorde na série histórica. Esse incremento reflete em uma elevação na disponibilidade interna, estimada em 21,12 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no mercado brasileiro. As exportações também devem crescer em torno de 5,2%, projetadas em 9,73 milhões de toneladas.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou que o aumento da produção de carnes no país significa a possibilidade de redução dos preços aos consumidores.

“Com a produção recorde, teremos mais carne no mercado, cai o preço ao consumidor e vai aumentar também as exportações, o que é excelente para a economia brasileira”, afirmou.

Já com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa da Conab é que a produção para 2024 deva atingir um novo recorde e chegar a 42 bilhões de unidades de ovos para consumo, alta de 2% em comparação ao ano passado. O maior volume a ser produzido reflete em uma elevação na oferta do produto no mercado interno.

Já de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional, um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10 g de gordura total por 100 g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100 g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12 g de gordura total por 100 g de carne magra cozida e 242 kcal.

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