Produtividade na indústria cai com menor produção na pandemia

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Trabalhadoras em indústrias (Foto: ABr/arquivo)
Trabalhadoras em indústrias (Foto: ABr/arquivo)

A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira recuou 0,6% em 2020 em comparação com 2019, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em sua pesquisa Produtividade na Indústria. Esse indicador representa o volume produzido pelas fábricas dividido pelas horas trabalhadas na produção. A pesquisa mostra que houve queda de 4,6% do volume de bens produzidos, acompanhada de redução de 4,1% das horas trabalhadas.

De acordo com Samantha Cunha, economista da CNI, é importante entender que essa queda é conjuntural, provocada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia. Ela reflete mudanças no ritmo de produção pelas empresas e de esforço dos trabalhadores, para fazer frente a queda da demanda. Para 2021, as perspectivas são melhores, em razão do início da vacinação da população, mas as incertezas permanecem elevadas.

“Não é um movimento estrutural, duradouro, mas a consequência de fatores atípicos que impactaram fortemente a produtividade ao longo do ano. No primeiro semestre, tivemos queda de 7,1%. Tivemos uma forte recuperação no terceiro trimestre, mas, na média anual, o indicador recuou”, explica a economista.

A produtividade do trabalho não apresentava queda desde 2014 quando recuou 0,3%. No último trimestre de 2020, a produtividade do trabalho ficou praticamente estagnada (0,4%), o que reflete alta de 7,1% do volume produzido, acompanhada de aumento de 6,8% das horas trabalhadas. No entanto, vale ressaltar que, antes de 2020, já se observava a desaceleração da produtividade na indústria, diante da retomada lenta do investimento após a recessão de 2015-2016.

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Para Samantha, a produtividade importa, pois é o principal fator para o crescimento sustentado no longo prazo e aumento do padrão de vida da população. “Os ganhos de produtividade se tornam ainda mais importantes, devido às transformações demográficas pelas quais estamos passando, com aumento da proporção dos mais idosos e redução da população em idade ativa”, afirma.

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