Produtos alimentícios foi a principal atividade industrial do país em 2022

IBGE: setor concentrou mais de 1/5 da receita líquida de vendas, seguido por fabricação de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis

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Produção de bebidas (Foto: CNI)
Produção de bebidas (Foto: CNI)

A indústria gerou R$ 6,7 trilhões em receita liquida de vendas (RLV) em 2022, dos quais R$ 436,8 bilhões vieram das indústrias extrativas e R$ 6,2 trilhões corresponderam às indústrias de transformação. É o que apontou a Pesquisa industrial Anual (PIA), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.

Entre 2013 e 2022, das atividades com maior variação na RLV, o destaque foi a fabricação de produtos alimentícios, que avançou 3,6 p.p. no período (de 18,9% para 22,5%). Por outro lado, a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve redução de 3,4 p.p., passando de 11,3% em 2013 para 7,9% em 2022.

Em 2022, a indústria brasileira registrou o maior volume de empresas da série histórica, iniciada em 2007. A quantidade de empresas com uma ou mais pessoas ocupadas chegou a 346,1 mil, nível 12,9% superior ao período pré-pandemia, em 2019.

As empresas industriais ocupavam 8,3 milhões de pessoas em 2022, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior e de 8,8% em relação ao volume pré-pandemia, porém, com queda de 8,3% quando comprado a 2013.

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Das 8,3 milhões de pessoas ocupadas na indústria, 8,1 milhões (97,3%) atuavam nas indústrias de transformação e 225,7 mil nas indústrias extrativas.

Em 2022, cinco atividades concentraram 46,5% da mão de obra da indústria, com destaque para a indústria alimentícia (22,8%). A indústria de vestuário ocupou o segundo lugar (7,0%).

A indústria brasileira gerou R$ 2,5 trilhões em Valor de Transformação Industrial (VTI) em 2022. A Região Sudeste apresentou 61,1% de participação no VTI, o maior nível em 10 anos. As cinco principais atividades da indústria responderam por 54,4% do VTI.

Em 2022, a fabricação de produtos alimentícios se manteve como o segmento industrial de maior importância para a indústria nacional ao contribuir com 22,5% da receita líquida de vendas (RLV) e ser o que mais emprega (22,8%). No mesmo ano, o Brasil tinha 346,1 mil empresas industriais com uma ou mais pessoas ocupadas, o maior volume de empresas já registrado desde 2007 e 12,9% superior ao verificado no período pré-pandemia, em 2019. Essas indústrias ocupavam 8,3 milhões de pessoas, um aumento de 2,6% em relação a 2021 e de 8,8% em relação ao volume pré-pandemia, porém, com queda de 8,3% quando comparado a 2013.

Foram gerados R$ 6,7 trilhões em receita líquida de vendas em 2022, sendo R$ 436,8 bilhões nas indústrias extrativas e R$ 6,2 trilhões nas indústrias de transformação. O valor de transformação industrial foi de R$ 2,5 trilhões, sendo 89,3% vindo das indústrias de transformação. Além disso, essas empresas industriais pagaram R$ 403,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, com um salário médio mensal de 3,1 salários mínimos.

“Os resultados da PIA 2022 estão inseridos em um contexto de recuperação da indústria brasileira, com a retomada do crescimento econômico e o arrefecimento da inflação”, explica Synthia Santana, gerente de Análise Estrutural do IBGE.

O Brasil encerrou ano de 2022 com uma taxa de crescimento do PIB de 3,0%, abaixo do registrado em 2021 (4,8%). Synthia lembra que “a volatilidade no mercado de commodities, presente desde o começo da pandemia, continuou ocorrendo, associada a fatores como oscilações no preço do minério de ferro. A incerteza sobre a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, e a crise no mercado imobiliário chinês também podem ter contribuído.”

As empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas responderam por 69,1% da receita líquida de vendas em 2022, maior patamar da série histórica da pesquisa. Trata-se de uma expansão de 0,8 p.p. em 10 anos. Frente a 2019, ano imediatamente anterior à pandemia de Covid-19, ocorreu aumento de 1,6 p.p. na participação desse grupo de empresas, sendo a única classe de porte de empresas a aumentar a participação na receita nesse período.

No ranking de participação das atividades industriais na receita líquida de vendas, a fabricação de produtos alimentícios (22,5%) ficou na liderança, seguida por fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (12,4%), fabricação de produtos químicos (10,8%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (7,9%) e metalurgia (6,8%). Dessas cinco atividades, quatro estiveram entre as maiores variações na participação de 2013 a 2022. fabricação de produtos alimentícios se destacou, ganhando 3,6 p.p. nesse intervalo.

Por outro lado, fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias apresentou a maior redução de participação, passando de 11,3% em 2013 (segundo lugar no ranking) para 7,9% em 2022 (quarto lugar no ranking). Embora não esteja entre as principais atividades no que se refere à receita líquida de vendas, Extração de petróleo e gás natural teve uma das maiores variações, aumentando sua participação em 1,8 p.p.

Pelo terceiro ano consecutivo, a quantidade de pessoal ocupado na indústria aumentou, um acréscimo de 213,4 mil pessoas (2,6%). Mesmo assim, essa alta não recuperou as perdas nos últimos 10 anos, acumulando um déficit de 745,5 mil pessoas desde 2013 (-8,3%). Essa queda foi consequência, principalmente, da redução de postos de trabalho nas indústrias de transformação (-745,9 mil), onde se concentra a maior parte dos trabalhadores do segmento.

Em 2022, 8,3 milhões de pessoas trabalhavam no setor industrial, sendo 97,3% (8,1 milhões) nas indústrias de transformação e 2,7% (225,7 mil) nas indústrias extrativas. De 2021 para 2022, as indústrias extrativas tiveram crescimento de 6,9% no volume de pessoas ocupadas, enquanto as indústrias de transformação se expandiram 2,5%.

Cinco atividades concentraram 46,5% do total da mão de obra da indústria em 2022. O destaque foi a fabricação de produtos alimentícios, que concentrou 22,8% do pessoal ocupado na indústria. Embora não tenha havido alteração no ranking, a indústria alimentícia foi a única a ampliar sua participação na força de trabalho industrial frente a 2013, com aumento de 3,7 p.p. Em 2022, o setor empregou 1,9 milhão de pessoas, 9,3% a mais do que em 2013 (161,2 mil trabalhadores). Frente a 2021, essa atividade ocupou 62,3 mil pessoas a mais.

A indústria de vestuário ocupou a segunda posição, com 7,0%, 1,8 p.p. abaixo do registrado em 2013. Outras atividades que mais empregaram em 2022 foram: fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (5,9%); fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (5,6%); e fabricação de produtos de minerais não metálicos (5,2%).

Entre 2013 e 2022, houve queda da remuneração média mensal (em salários mínimos) em 19 das 29 atividades industriais. No período, o salário médio na indústria caiu de 3,4 salários mínimos para 3,1 salários mínimos Nas indústrias extrativas, as remunerações passaram de 6,3 salários mínimos em 2013 para 5,2 salários mínimos em 2022. Nas indústrias de transformação, a redução foi de 3,3 salários mínimos em 2013 para 3,0 salários mínimos em 2022.

Os recuos salariais mais intensos frente a 2013 foram observados em Extração de petróleo e gás natural (-9,5 salários mínimos), Atividades de apoio à extração de minerais (-4,2 salários mínimos) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-2,8 salários mínimos). Em relação a 2021, o salário médio mensal diminuiu em sete das 29 atividades em 2022. As variações mais expressivas ocorreram em extração de petróleo e gás natural (-0,9 salário mínimo) e atividades de apoio à extração de minerais (-0,6 salário mínimo).

Em 10 anos, houve redução da concentração do Valor de Transformação Industrial (VTI) nas regiões Norte, Nordeste e Sul, que recuaram 0,8 p.p., 0,1 p.p. e 1,4 p.p., respectivamente. No sentido oposto, Sudeste (1,7 p.p.) e Centro-Oeste (0,7 p.p.) ganharam participação.

A participação do Sudeste na indústria nacional oscilou de 2013 a 2022, chegando ao menor patamar da série histórica da pesquisa em 2020, quando atingiu 56,2% do VTI. A recuperação veio em 2021 (58,6%), chegando ao seu maior patamar em 2022 (61,1%), influenciada em grande medida pela elevação da participação de São Paulo, que passou de 30,4% em 2020 para 34,8% em 2022.

Mesmo mantendo o segundo lugar no ranking, o Sul se destacou pela diminuição da participação no período pós-pandemia, caindo de 19,1% em 2019 para 18,1% em 2022. Na sequência aparecem Nordeste (9,1%), Centro-Oeste (6,0%) e Norte (5,8%).

Quanto às unidades da federação, as cinco principais contribuições para a indústria brasileira em 2022 vieram de São Paulo (34,8%), Rio de Janeiro (12,8%), Minas Gerais (11,1%), Paraná (6,8%) e Rio Grande do Sul (6,4%). As três primeiras foram responsáveis por 58,7% da produção. Em termos de atividades, fabricação de produtos alimentícios foi destacou-se em 13 das 27 unidades da Federação.

Agência de Notícias IBGE

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