Produtos premium registraram aumento de 5,8% em vendas por unidade

Indústria de alimentos projeta cenário positivo em 2025

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Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)
Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)

Mesmo com a alta nos preços, os brasileiros não abrem mão de produtos premium, que registraram aumento de vendas por unidade de 5,8%. O preço médio desses itens vendidos no Brasil cresceu 11,3% no terceiro trimestre de 2024. Os dados foram divulgados no relatório Consumer Insights Q3 2024, elaborado pela divisão Worldpanel da Kantar. De acordo com o levantamento, replicado pelo Jornal Giro News, a compra desses produtos ganha destaque, inclusive, entre as classes média e baixa, que se utilizam de mais idas aos pontos de venda para manter o consumo. Duas cestas se mostraram como as mais populares: bebidas e higiene & beleza. A primeira aumentou a quantidade de categorias premium. Já a segunda manteve a mesma quantidade, transformando em premium itens dentro das categorias já compradas.

No caso das bebidas, é possível notar diferenças nas formas de consumo de acordo com cada público. As classes A e B, por exemplo, priorizam os itens em momentos mais individualizados, criando um hábito e valorizando o sabor. Já as classes D e E compartilham mais as bebidas, impulsionando, principalmente, o aumento de ocasiões de consumo de suco pronto (100% suco ou néctar). A preocupação com a saúde é a principal razão para a compra desses produtos. Na cesta de higiene & beleza, a tendência é o banho premium, que consiste em uma rotina de cuidados mais intensa e complexa. Enquanto o banho comum dura menos de 10 minutos e é realizado apenas com sabonete líquido e esfoliante corporal, o premium leva mais de 15 minutos e conta com itens de cuidado íntimo, sabonete líquido, esfoliante facial e corporal.

Além disso, o ano de 2024 foi marcado por avanços para a indústria de alimentos no Brasil. O setor teve destaque com as exportações, que atingiram US$ 30,7 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 8,5% em valor e 19,1% em volume em relação ao mesmo período de 2023.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) que revela, ainda, que, em relação ao crescimento das vendas reais entre janeiro e junho, o faturamento alcançou R$ 586,2 bilhões. Além dos resultados financeiros, a indústria de alimentos reafirmou seu papel como o maior empregador no setor industrial brasileiro, gerando mais de 150 mil postos de trabalho diretos e indiretos apenas no primeiro semestre. A Abia destaca que o setor emprega 10% da população economicamente ativa (PEA) no Brasil.

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Os dados reforçam a relevância do setor para a economia nacional, e as informações do mercado indicam um cenário positivo para 2025, marcado por investimentos, atenção à sustentabilidade e foco na alimentação saudável.

Em julho, durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Abia anunciou um pacote de investimentos de R$ 120 bilhões até 2026. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que os recursos estão alinhados a programas federais, como a Depreciação Acelerada e o Brasil Mais Produtivo. As iniciativas estimulam a renovação de máquinas e equipamentos para impulsionar a competitividade, a descarbonização da cadeia produtiva, a eficiência energética e a produtividade. Cerca de R$ 75 bilhões serão destinados à ampliação e modernização de plantas industriais, enquanto os R$ 45 bilhões restantes financiarão pesquisas, desenvolvimento e inovação.

De acordo com a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), a integração entre métodos tradicionais e novas tecnologias em alimentos e bebidas será um movimento natural em 2025, com a implementação de ferramentas como a Inteligência Artificial (IA).

O segmento de alimentos saudáveis tem se destacado como um dos mais promissores da indústria alimentícia. De acordo com a Euromonitor International, o setor deve crescer 27% até dezembro, impulsionado pela demanda por produtos naturais e funcionais.

Segundo pesquisa da Kantar, durante o início da pandemia, 33% dos brasileiros passaram a consumir mais verduras, legumes e hortaliças. Entre eles, 67% afirmaram que pretendiam manter esse hábito no longo prazo.

A tendência também se reflete no mercado global de alimentos voltados para saúde e bem-estar, que deve movimentar US$ 452,93 milhões até 2027, com crescimento anual de 8,5%, de acordo com um levantamento da Technavio, empresa canadense de pesquisa de mercado.

Com informações do Jornal Giro News

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