Profissionais remotos têm experiência mais positiva do que os presenciais

Percepção de remuneração justa é maior para trabalhadores de home office

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Computador, mão feminina (foto de Carl Dwyer, Sxc.Hu)
Computador, mão feminina (foto de Carl Dwyer, Sxc.Hu)

Profissionais que trabalham de casa – parcial ou integralmente – têm uma experiência mais positiva do que aqueles que atuam nos locais de trabalho, diz pesquisa da FIA Business School, realizada com mais de 225 mil funcionários de todo o Brasil. Entre os respondentes, 66,6% atuam presencialmente, 21,8% estão em regime remoto parcial ou integral e 4,1% exercem funções externas (no cliente, em serviços ou transporte).

A maioria (60%) dos que assinalaram “sim” para trabalho híbrido ainda exercem suas funções nos escritórios de duas a três vezes por semana. No modelo totalmente remoto, estão 19,2% dos entrevistados.

Os que atuam de maneira flexível destacam-se por apresentar mais confiança nos colegas de trabalho e disposição para ajudá-los. Eles ainda afirmam que seus salários e benefícios são justos. Além disso, a parcela que atua de maneira híbrida ou remota declara sentir-se mais segura e confortável e possuir melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Dos 41 itens mensurados na pesquisa, apenas seis foram avaliados de maneira menos satisfatória pelos trabalhadores remotos (parcial ou totalmente) quando comparados com aqueles que trabalham de forma presencial. Quem vai ao escritório diariamente apresenta vantagem em aspectos ligados à convivência e ao crescimento na carreira.

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De acordo com os respondentes que vão até os locais de trabalho todos os dias, suas rotinas de trabalho são mais organizadas e eficientes, eles se integram melhor com outras áreas da empresa, recebem direcionamento para crescer profissionalmente e veem mais validade para os critérios de promoção e progressão de carreira.

Ainda segundo o estudo, a percepção de justiça aumentada na remuneração para trabalhadores remotos pode ser compreendida, ainda na opinião da professora, porque ela não envolve apenas o salário que é recebido, mas também tem relação com o valor que é desprendido para sustentar a atuação presencial. Fatores como combustível, estacionamento, depreciação do automóvel, refeições e vestuário são considerados na conta do trabalhador.

Mais de 80% esperam que empresa ofereça alguma possibilidade de teletrabalho

Já nova pesquisa do Insper, por meio de seu Centro de Estudos em Negócios, com apoio da Robert Half, mostra que reduções na disponibilidade de teletrabalho prejudicam a retenção de talentos em empresas. Dos colaboradores que hoje trabalham todos os dias remotamente, 77% indicam que sairiam da atual companhia caso haja uma redução, mesmo que parcial, na disponibilidade deste arranjo de trabalho. Entre aqueles que atualmente trabalham remotamente apenas um dia por semana, o cenário de perda também levaria a um aumento da intenção de saída da organização.

A pesquisa também destaca que a alta expectativa dos profissionais em manter a flexibilidade no trabalho é um desafio para as empresas. Entre os que hoje trabalham em regime híbrido, 96% desejam manter esse modelo; e 53% daqueles que trabalham integralmente no presencial anseiam atuar remotamente por, pelo menos, um dia da semana.

Embora haja uma percepção crescente de que o teletrabalho esteja em risco, a disponibilidade e a intensidade do modelo permanecem constantes desde 2023, ainda que com variações entre setores. De acordo com o estudo, o arranjo híbrido se estabilizou com a atuação remota em 2,32 dias por semana e 71% dos profissionais trabalhando fora dos escritórios em, pelo menos, um dia semanalmente.

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