Projeções do PIB da América do Sul e México despencam pós-pandemia

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As expectativas para a atividade econômica na América do Sul e no México para 2020 foram fortemente impactadas pela Covid-19. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) com pesquisadores desses países mostrou que a média das projeções dos 10 países antes da pandemia (excluindo a Venezuela) foi de 2,2%. Após a Covid-19, a média despencou para -4,5%. Foram consideradas estimativas feitas em dezembro de 2019 e em abril-maio deste ano, quando os países já haviam sido afetados pela crise sanitária.

No final do ano passado, somente Argentina (-1,7%) e Venezuela (-14,0%) previam queda na atividade em 2020. O Paraguai estava com uma taxa média de crescimento prevista de 4,0% e aparecia no topo da lista, seguido do Peru (3,5%), Colômbia (3,3%), Bolívia (3,2%) e Chile (3,2%). O Brasil, ainda se recuperando de forma lenta e gradual da sua então mais grave recessão da história, ocupava apenas o sexto colocado na lista das maiores taxas de crescimento, com percentual de 2,7%.

Entretanto, a tendência se inverteu após a pandemia atingir esses países, de forma mais ou menos intensa. As previsões feitas no bimestre abril-maio mostraram que o Paraguai foi o país com a menor variação negativa, de apenas 1,8%. Colômbia, Chile e Bolívia apresentaram revisão entre 2,4% e 2,8%. O Peru foi o país que parece ter sentido mais o impacto da crise sanitária: a projeção saiu de positivos 3,5% para uma queda de 5,4%. O México teve movimento semelhante, pulando de uma taxa de +1,4% para -7,4%. Já o Brasil passou de +2,7% para -4,8%.

"A Covid derrubou as projeções dos PIBs das principais economias da América Latina. Além da crise mundial, as quedas em cada país parecem ter sido influenciadas por fatores domésticos associados às respostas de cada governo no enfrentamento da pandemia no âmbito da saúde e na atenuação dos efeitos recessivos da Covid-19", avaliou Lia Valls, pesquisadora associada do FGV IBRE e coordenadora do estudo.

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A pesquisa foi realizada no âmbito da Sondagem da América Latina da FGV, e consultou especialistas dos países analisados entre 16 de abril e 18 de maio.

 

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