Promessa renovada para 25 anos

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Despoluir Baía de Guanabara custaria R$ 20 bilhões, diz secretário estadual

Paliativo: ecobarreira instalada no Rio Meriti, em Duque de Caxias, para evitar que lixo flutuante chegue à baía
Paliativo: ecobarreira instalada no Rio Meriti, em Duque de Caxias, para evitar que lixo flutuante chegue à baía

Qual obra mais frequentou o noticiário do Rio na última década: a reforma do Maracanã ou a despoluição da Baía de Guanabara? Ambas parecem um trabalho de Sísifo – na mitologia grega, ele foi condenado a, por toda a eternidade, rolar uma grande pedra até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo.
Se o Maracanã, pelo menos até o próximo grande evento esportivo, parece pronto, a despoluição da Baía ficou na promessa. Ou nem isto. Nesta quarta-feira, o secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, André Correa, disse que não é possível deixar a Baía de Guanabara em condições adequadas em menos de 25 anos.
O secretário afirmou que apenas para resolver os problemas de despejo de esgoto seriam necessários mais R$ 20 bilhões. Ele mesmo lembrou que há 20 anos, quando o governo estadual obteve um empréstimo de R$ 2,5 bilhões, houve a promessa de que essa quantia seria suficiente para solucionar o problema.
O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) foi concebido no início da década de 90. Segundo a Cedae, companhia de saneamento estatal, até abril de 2016, “foi investido no PDBG o valor total de R$ 1.796.397.398,40”.
Ao assumir compromissos olímpicos, o estado prometeu despoluir 80% da baía. “A gente colocou uma meta que era muito ousada, de ter a baía 80% despoluída, e ninguém sabe explicar o que é esse 80%, se é de carga orgânica ou se não é. Ficou uma coisa muito mal colocada e que só contribuiu para esse descrédito original.”
Para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no entanto, o secretário afirmou que a qualidade da água não preocupa, porque as quatro raias de competição no interior da baía têm condições próprias para o contato humano. E reconhece: “Isso não é mérito do governo. É a natureza que faz ali uma grande troca do mar”, disse à Agência Brasil.

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