Se as cooperativas de distribuição de eletricidade em áreas rurais seguirem as rígidas regras determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teriam que aumentar as tarifas em 28,5%, denuncia Henrique Ribaldo Filho, presidente da Cervam, que atende a 2,5 mil pessoas em municípios do interior paulista, desde 1964.
Os problemas das cooperativas começaram após a privatização e a criação da Aneel, em 1996. A agência exigiu a assinatura de um contrato como permissionárias de serviço público. Entre as exigências, destacam-se: a necessidade de as cooperativas, depois de 30 anos de atuação, apresentarem garantia real para operação; abertura de escritórios nos municípios em que atuam; atendimento telefônico para os consumidores; e contratação de auditoria credenciada pela Comissão de Valores Mobiliários.
“São exigências que fazem sentido para grandes concessionárias, que atendem a milhões de clientes, não para cooperativas como a nossa”, afirma Ribaldo Filho.
Beleza boliviana
O partido Movimento ao Socialismo (MAS), do presidente da Bolívia, Evo Morales, já escolheu seu candidato para as eleições de abril ao governo da província de Beni, uma das quatro que compõem a Meia Lua, região mais rica do país. Será a modelo Jessica Jordan. “O projeto do MAS é um projeto político inclusivo, donde agora se sentem representados todos setores e lideranças regionais do país”, destacou o porta-voz do MAS, Jorge Silva, acrescentando que Jessica “representa a mulher e a beleza do Oriente e do conjunto do país”.
Passado elitista
A escolha da candidata confirma o avanço político do Governo Morales na direção de setores da classe média, como já mostrara a ampliação da sua votação também em departamentos autonomistas. O contraste é ainda mais marcante quando se lembra que, em 2004, a Miss Bolívia e candidata ao título de Miss Universo Gabriela Oviedo lamentara que “as pessoas que não conhecem muito a Bolívia pensarem que todos somos índios do lado Oeste do país”: “É La Paz que reflete essa imagem, essa gente pobre, de baixa estatura e índia. Eu sou do outro lado do país, do Leste, que não é frio, é bem quente. Nós somos altos e somos brancos, e sabemos inglês e essa idéia de que a Bolívia é apenas um país andino está errada”, afirmara, em inglês, Gabriela, provocando fortes protestos e levando a União da Juventude Boliviana a defender sua renúncia à condição de representante da Bolívia, por considerar “uma vergonha falar mal do nosso país, de nossa gente e das nossas raças”.
Controle frágil
Mais que oportuno, ocorre nesta sexta-feira, de 9h30 a 12h30, o 2º Seminário sobre Prevenção de Encostas. Realizado pelo Clube de engenharia, Crea-RJ e outras entidades, o evento vai reunir pela primeira vez, desde as tragédias do reveillón, representantes do governo estadual – como a secretária do Ambiente, Marilene Ramos – e especialistas das áreas de engenharia e geotecnia. O presidente do Clube, Francis Bogossian, tem alertado há vários anos para a fragilidade do controle de encostas no estado e sugere a criação de um Instituto Estadual de Geotecnia. Outra proposta seria a “estadualização” da GeoRio, órgão da Capital. Será na Av. Rio Branco, 124, esquina com Sete de Setembro.
Violência em alta
O ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia contesta o oba-oba em torno de uma suposta redução no número de crimes na Capital. Ele fez uma comparação com o último ano do Governo Garotinho, anterior ao de Sérgio Cabral, e chegou à conclusão que o item “lesão corporal dolosa” teve aumento de 18%; “lesão corporal culposa” (basicamente acidentes de trânsito), de 28%; “ameaça”, de 30%; “roubos e furtos”, de 7%; e “pessoas desaparecidas”, de 30%. O total de registros de ocorrências, nas contas de Maia, aumentou 5,3%.
Estatística
As estatísticas do governo fluminense sobre violência não parecem guardar paralelo com a realidade; nem as de Cesar Maia. Aliás, a divergência fez estes colunistas lembrarem de uma frase sempre repetida por um economista e colaborador do MM: “Torture os números que eles dirão o que você quer.”