Pró-barulho

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Embora a grande maioria dos contribuintes ignore o fato, a Lei do Silêncio, que proibia qualquer tipo de barulho entre 22h e 6h, não está mais em vigor. Em seu lugar, foi instituída a Lei da Pertubação Pública. Não se trata de mera mudança semântica. Enquanto a legislação anterior garantia sua auto-aplicabilidade pela autoridade policial, a nova lei obriga as vítimas do barulho a alheio a formalizarem queixa perante a polícia. Sem correr esse desconforto extra, que pode desembocar em riscos imagináveis, os incomodados ficam, como no ditado popular, obrigados a se mudar. Ou, a tratar-se de incomodados menos conformados, a recorrer a métodos pouco ortodoxos e justificáveis, embora, em alguns casos, compreensíveis.

Ilha on line
Pesquisa feita com 22,5 mil usuários da Internet de línguas portuguesa e espanhola mostra que esse público está gastando mais tempo na rede e perdendo o medo de comprar on line. Os usuários passam, em média, 10,4 horas conectados por semana, comparado a 8,2 horas em 1998; e 42% fizeram compras on line nos últimos 12 meses, comparado a 29% em 1998. Os hábitos estão mudando até na clássica pergunta “o que você levaria para uma ilha deserta”: 73% prefeririam levar um computador com acesso à Internet do que um telefone ou uma televisão. A pesquisa foi divulgada ontem pela provedora de serviços StarMedia.

Catarse
O tom e a direção que tomou a disputa entre os senadores Antônio Carlos Magalhães e Jáder Barbalho já ultrapassou os limites da disputa eleitoreira e política. Mais do que isso, deve ter tornado-se objeto de interesse obrigatório a pelo um alto integrante da administração pública: o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. No mínimo, por didatismo. No máximo, somente, Maciel pode responder.
Transparência
Para ter conseqüências mais práticas e menos personalistas, o embate entre ACM e Jáder deveria desembocar no apoio de PMDB e PFL a pedido de aprovação com urgência que matéria como essa requer ao projeto do senador Pedro Simon (PMDB-RS) acabando com o sigilo bancário de todos os envolvidos na atividade pública. O impulso de um ou outro, ou de ambos, à retirada do dormitar das gavetas do Congresso do projeto de Simon seria muito mais significativo das intenções dos senadores que a produção enfadonha e pouco prática de bravatas estéreis.

Fora de data
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que promete ser rigoroso para combater os virtuais candidatos a prefeito e vereador que já iniciaram a campanha eleitoral através de sites na Internet, poderia estender o mesmo rigor para poupar olhos e ouvidos de eleitores obrigados a aturar nas rádios e TVs propaganda eleitoral fora de época disfarçada de programas de partidos. Ao invés de falar de questões políticas relevantes ou divulgar as propostas dos partidos, muitos aproveitam para fazer campanha, divulgando tão somente nomes de um ou outro candidato, acompanhado por jingles e outras bossas que não escondem seu caráter de propaganda. Um programa que nas últimas semanas atenta contra os ouvidos dos eleitores e teoricamente deveria ser do PTB do Rio era dedicado ao deputado federal Roberto Jefferson – caso raro de campanha com mais de dois anos de antecedência, pois dificilmente o ex-escudeiro de Collor será candidato a alguma coisa nas próximas eleições. Pelo menos num ponto o programa do PTB tinha razão: quando afirmava que Jefferson “sempre foi o mesmo”. Realmente. Desde os tempos de advogado do programa O Povo na TV até hoje, passando pela fase collorida, Roberto Jefferson tem sido o mesmo.

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“Chapa branca”?
Embora a estratégia esteja longe de esgotar as respostas a todas as perguntas suscitadas, o governador Anthony Garotinho, ao afirmar que as revistas semanais são pautadas pelo Planalto, produziu epíteto cuja resposta merece explicações tão ou mais detalhadas do que as que lhe são cobradas. Desde que daí nasça o famoso pacto de anormais, em que as armas ensarilhadas são mero poder dissuasório e não de esclarecimento.

Inflado
A Light prepara-se para inflar seus investimentos. Vai deslocar o valor de 20% da folha de pagamento da rubrica “gastos com pessoal” para “investimentos”. Não é a primeira vez que isso acontece. Com o beneplácito da Aneel, agência que deveria controlar o setor e defender os consumidores, há dois anos a empresa de energia já contabiliza como investimento a troca de transformadores defeituosos.

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