O Partido dos Trabalhadores cobrou da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Supremo Tribunal Federal (STF) investigação sobre a atitude do ministro da Justiça, Sergio Moro, que deu acesso, ao presidente Jair Bolsonaro, a inquérito que tramita em sigilo sobre o laranjal do PSL.
Quando estava em Osaka, no Japão, em 28 de junho, Bolsonaro afirmou que recebeu de Moro o inquérito. Apesar de ter feito a revelação em entrevista coletiva, poucos deram importância ao fato. Coube a Rubens Valente, da Folha de São Paulo, levantar o escândalo nesta sexta-feira.
“Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler”, disse o presidente durante a coletiva de imprensa. Ele acrescentou que “determinou” a Moro, que por sua vez iria “determinar” à PF, que “investigue todos os partidos”.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e o senador Humberto Costa (PT-PE) argumentam que houve crimes contra a administração pública e violação de sigilo.
No final de junho, foram presos um assessor especial e dois ex-assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por conta das investigações das candidaturas laranjas do PSL. O comando nacional do partido repassou R$ 279 mil a quatro candidatas em Minas que tiveram desempenho insignificante e, juntas, receberam pouco mais de 2 mil votos. Ao menos R$ 85 mil foram parar oficialmente na conta de quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro de Bolsonaro.