Putin: Brics pronto para ser instituição-chave no mundo multipolar

Putin destaca crescente aumento no interesse pelos Brics; ministro chinês ressaltou força do Sul Global no mundo multipolar

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Vladimir Putin
Vladimir Putin (foto Kremlin)

O Brics tem potencial para se tornar uma instituição reguladora chave no contexto de uma nova ordem mundial multipolar, disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira. “O interesse global na organização está aumentando constantemente”, disse o presidente durante seu discurso no Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acrescentando que seu país terá como objetivo facilitar a integração harmoniosa dos novos membros do Brics.

“Os contornos de uma ordem mundial multipolar e multilateral estão sendo moldados com base nesta nova realidade política e econômica, este é um processo objetivo”, disse Putin. “A promoção dos princípios da multipolaridade nos assuntos internacionais permitirá aos países resolver conjuntamente os problemas globais mais complexos para o benefício comum”, completou.

Wang Yi
Wang Yi (foto de Cai Yang, Xinhua)

Na terça-feira (11), durante o Diálogo dos Ministros das Relações Exteriores do Brics com os Países em Desenvolvimento (Brics+), na cidade russa de Nizhny Novgorod, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, destacou que o Sul Global já não é uma maioria silenciosa, mas sim uma nova força desperta.

Wang, também membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, afirmou que o Brics+ serve como uma plataforma de diálogo vital para as nações do bloco em relação aos mercados emergentes mais amplos e aos países em desenvolvimento.

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O diálogo contou com a participação dos países do Brics e de 12 grandes países em desenvolvimento com influência regional, incluindo Tailândia, Laos, Vietname, Bangladesh, Sri Lanka, Cazaquistão, Bielorrússia, Turquia, Mauritânia, Cuba, Venezuela e Bahrein.

O ministro chinês salientou que a ascensão coletiva dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento impulsiona significativamente o processo rumo a um mundo multipolar. “Está emergindo uma nova onda de revoluções tecnológicas e industriais, impulsionando numerosos países para um caminho de desenvolvimento rápido”, destacou Wang.

Ele fez uma proposta de três pontos sobre como os países em desenvolvimento podem criar oportunidades no meio destas mudanças: defender a segurança universal e enfrentar conjuntamente os desafios; priorizar o desenvolvimento e dar as mãos às forças progressistas; e defender a equidade e a justiça e melhorar a governação global.

Durante a reunião, os participantes elogiaram muito o significado estratégico do Diálogo dos Ministros das Relações Exteriores do Brics com os Países em Desenvolvimento, observando que o modelo Brics+ facilita a unidade e a cooperação entre os países em desenvolvimento, aumentando a influência do Sul Global e construindo uma ordem internacional mais justa e razoável.

Concordaram em defender os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, opor-se ao unilateralismo e ao hegemonismo, insistir na resolução de conflitos e diferenças através do diálogo e da consulta, promover soluções políticas para pontos críticos internacionais e alcançar um cessar-fogo em Gaza o mais rapidamente possível.

Apelaram também por reformas do sistema financeiro internacional, reforço da cooperação na economia digital, infraestruturas e outras áreas, salvaguardando a estabilidade da cadeia de abastecimento industrial global, reduzindo o fosso de desenvolvimento e alcançando progresso partilhado.

O Brics é formado pelos países fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em agosto do ano passado, aderiram ao bloco Arábia Saudita, Irã, Egito, Emirados Árabes e Etiópia. A Argentina também se uniria ao grupo, mas a vitória de Javier Milei na eleição presencial em dezembro acabou afastando o país do Brics.

Com Agência Xinhua

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