Quais os impactos da sinalização de Trump de rompimento com a OMS?

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O presidente dos EUA, Donald Trump, em discurso feito na Casa Branca, afirmou que está rompendo as relações dos EUA com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para Trump, a China pressionou a OMS à direcionamentos errados em relação à Covid-19 e tem o total controle da instituição. Em relação ao financiamento, a suspensão da verba para a organização ocorre desde abril, o republicano afirmou que serão direcionadas para outras organizações internacionais de assistência em saúde. Em contrapartida, os EUA é o país mais afetado pelo vírus, com mais de 103.700 mortes, mais de 1,7 milhões infectados e atingindo a marca de 40 milhões de pedidos de americanos que solicitaram o seguro desemprego os últimos dois meses.

Para Guto Ferreira, analista político-econômico da Solomon's Brain, Trump já vinha sinalizando que poderia romper a relação com a OMS, e cumpriu.

"É uma medida ruim para o mundo, mas ele não deixa de ter razão também, porque os EUA são os maiores mantenedores da OMS, e o ele quer que os outros países colaborem de forma mais igualitária, não deixando a conta toda no colo dos EUA. E mais do que isso, ele que questiona sobre a conta inteira, então ele tem que ter um poder político maior dentro a organização, isso faz parte das negociações e ele viu que eles tomaram um bypass da China na indicação do responsável pela OMS. Mas realmente é muito ruim se ele mantiver essa decisão, é ruim para todo mundo. O discurso do Trump deve ter alguns pontos em consideração. O primeiro ponto que se leva em consideração é que se está em um ano eleitoral no EUA e o lema do Trump que é fazer ou manter a América grande nessa possibilidade de segundo mandato. Então, quando ele fala de uma guerra ou briga contra a China, ele está falando muito também para dentro de casa, por uma questão eleitoral", explica.

Sobre a briga comercial americana contra a China, o analista explica que os chineses podem retalhar os EUA, parando de comprar sódio, por exemplo, que estava no acordo deles e que isso pode beneficiar o agro brasileiro.

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"O mercado brasileiro de commodities vai ser beneficiado, porque o Brasil é um dos maiores produtores de alimento do mundo e a China precisa de alimentos. Então, o Brasil tem que ficar de observador nesse momento".

Outro ponto abordado por ele é o desemprego nos EUA.

"Trump também fala em relação à China porque sabe que vai precisar gerar mais empregos dentro dos EUA para superar essa crise, daí vem o protecionismo que vai tomar conta do país, nos próximos 3 anos, independente do presidente. Eles vão precisar gerar emprego dentro de casa, são 400 milhões de habitantes e uma taxa de desemprego recorde. Por isso, quanto mais eles conseguirem fortalecer o sistema produtivo deles melhor. E obviamente a China é um adversário nesse ponto porque tem muitas indústrias americanas que produzem no território Chinês com valor de trabalhador muito barato. Então, o Trump está disposto a abrir mão de questões de arrecadações para trazer essas indústrias que estão na China para dentro do parque industrial americano".

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