A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa./Quando se vê, já são seis horas!/Quando de vê, já é sexta-feira!/Quando se vê, já é natal…/Quando se vê, já terminou o ano…/Quando se vê perdemos o amor da nossa vida./Quando se vê passaram 50 anos!/Agora é tarde demais para ser reprovado… Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio./Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…/Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…/E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo./Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz./A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
(Mario Quintana; 30 de julho de 1906, Alegrete/RS – 5 de maio de 1994, Porto Alegre/RS). Homenagem desta coluna ao poeta Mario Quintana.
Administrar é…
Como tantas vezes me disse o professor José Carlos de Almeida (Universidade Federal Fluminense – UFF), “administrar é eleger prioridades”. E que “país subdesenvolvido é país subadministrado”. Para uns, na maior crise sanitária jamais vista na história deste país, a inauguração de um brechó de mau gosto com as roupas usadas na cerimônia de posse e marcas de suor correspondentes, em vez de buscar um ministro da Saúde digno desta denominação, é a prioridade das prioridades. Segue general. Batendo continência para baixo. Qualquer migalha por uma boquinha…
EUA caem 45 posições
Assim como no caso da encomenda das vacinas, o Brasil queimou a largada no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH é o que resta na ponderação de indicadores de saúde, de educação e econômicos (em especial, expectativa de vida, anos de escolaridade e PIB per capita). Resulta em um índice que, quanto mais próximo de um, maior o grau de desenvolvimento e que, quanto mais se afasta de um, menos desenvolvido o país é. A divulgação do IDH é responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU), através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O relatório contendo as análises dos dados referentes a 2019 (pré-Pandemia da COVID-19) foi apresentado na terça-feira, 15 de dezembro, 30º de uma série.
No Brasil, o Relatório ressalta o flagelo da concentração da renda, matriz da iniquidade, que sucessivas políticas econômicas da chamada “austeridade” só reiteraram. Posição pior do que a do Brasil (28,3% da renda é detida por apenas 1% dos brasileiros, os mais ricos) está apenas o Catar (com a relação de 29/1). No Brasil, os 10% mais ricos concentram 41,9% da renda.
No geral, entre 189 países, o país que registra o maior IDH é a Noruega (com 0,957). O menor IDH é o do Níger, (com 0,354). O Brasil passou da 79ª posição em 2018 (0,762) para a 84ª, em 2019 (0,765). Quem quiser ver IDH maior do que o do Brasil, sem ter que viajar para muito longe, pode ir ao Chile (em 2019, IDH de 0,851), ou à Argentina (0,845), ou ao Uruguai (0,817), ou ao Peru (0,777), ou ainda, à Colômbia (0,767).
Deseconomias
Por consequência das imperfeições dos mercados e do sistema de preços na precisa apropriação das externalidades negativas nos preços dos bens, verifica-se que países com alto IDH pressionam mais fortemente o ambiente. Por este motivo, a partir desta edição, o Pnud passa a contemplar, na apuração do IDH, a pressão exercida por cada país sobre o ambiente, retratada pelo Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado às Pressões Planetárias (IDHP, na sigla em inglês). Considera emissões de gases causadores do aquecimento climático e recursos naturais não renováveis, utilizados nas cadeias de produção, ponderados pela população.
Com o IDH ajustado ao novo IDHP, a posição dos EUA cai 45 posições na relação de 189 países. O país hoje colocado em primeiro lugar, a Noruega, cai 15 postos.
Quando você acha que já viu de tudo
Josênio dos Anjos (48 anos), eletrotécnico morador de Guaraí (TO), em 9 de dezembro passado, tentou registrar um boletim de ocorrências na Polícia Civil. Até aí, nada demais. Só que o BO seria contra… Albert Einstein (nascido em 14/3/1879, Ulm/Alemanha – falecido em 18/4/1955, New Jersey/EUA), que Josênio acusa de “delito de perturbação mundial” por “perturbação na evolução e desenvolvimento do planeta”, em decorrência de erros na Teoria da Relatividade, criada há mais de 100 anos.