Relatório Global de Tendências de Fraude Digital Omnichannel 2024, lançado pela TransUnion, revela que uma em cada sete contas digitais recém-abertas é suspeita de fraude digital. Os resultados são baseados em insights proprietários da rede de inteligência global da TransUnion e mostram que 13,5% das transações associadas à abertura de contas online eram suspeitas de fraudes globalmente em 2023. Entre os setores que registraram a maior porcentagem de transações de abertura de contas suspeitas de fraude digital em todo o mundo, em 2023, estavam varejo (44,7%), viagens e lazer (36,0%) e videogames (31,5%). Além disso, outros tipos de fraude na jornada digital do cliente estão relacionadas a login em conta (3,2%) e transações financeiras (2,5%). No Brasil, login em conta foi a etapa que mais apresentou suspeitas de fraude (9,3%) entre as transações.
Para transações em que o consumidor estava no Brasil, a porcentagem mais elevada de fraude digital na jornada do cliente online ocorreu no setor de viagens e lazer, com 85,53%, número muito maior do que de outros setores, que variaram menos entre si. A expectativa dos consumidores de terem experiências digitais seguras com as instituições e que promovam a confiança nas transações é reportada de forma significativa. No estudo, globalmente 59% das pessoas entrevistadas disseram que trocariam de empresa, caso esta oferecesse uma experiência digital melhor. No entanto, 50% classificaram a segurança dos dados pessoais como a principal razão para fazer negócios com uma empresa on-line.
No Brasil, quase metade dos entrevistados (42%) considera o processo digital moroso, principalmente por conta da quantidade de informações solicitadas no momento do cadastro digital.
Quando se trata de tipos de fraude digital que os clientes da TransUnion relataram à empresa em 2023, invasão de conta (ATO) foi a mais mencionada, representando 7% das fraudes digitais globais. A porcentagem supera ligeiramente a fraude de cartão de crédito, principal ação relatada à TransUnion por seus clientes em 2022. No entanto, a fraude de identidade sintética foi a que mais cresceu em 2023, com aumento de 6,1% globalmente, contra 5,3% em 2022. Em termos de volume ano após ano, pode-se considerar o aumento de 21%, totalizando 184% de 2019 a 2023.
Ainda, mais da metade (54%) de todas as pessoas entrevistadas relataram que foram alvo de golpes fraudulentos por e-mail, on-line, telefonemas ou mensagens de texto nos três últimos meses de 2023. No Brasil, o tipo de fraude mais relatado foi o roubo de cartão de crédito. Apenas no quarto trimestre de 2023, 40% dos entrevistados disseram ter sido alvo e/ou vítima desse tipo de fraude.
No geral, o estudo identificou que 5% de todas as transações digitais globais eram suspeitas de fraudes digitais em 2023, com o volume de transações de risco aumentando em 14% comparado ao ano anterior, e 105% de 2019 a 2023. O número dessas transações suspeitas continua a superar o crescimento geral de transações digitais, que aumentaram 90% no mesmo período.
Globalmente, o varejo ultrapassou os jogos (jogos de azar on-line, como pôquer e apostas), já que a indústria registrou a maior taxa de suspeita de fraude digital em 2023, com 8,7% – um aumento de 21% em relação ao ano anterior.
No entanto, para transações em que o consumidor ou fraudador estavam localizados no Brasil, as comunidades digitais, como sites de relacionamento, por exemplo, apresentam a maior taxa de fraude digital, de 9,48% em 2023 (aumento de 15,08% em relação a 2022). O setor de Viagens e Lazer vem na sequência, com 7,37% para 2023 e teve sua taxa de suspeita de fraude digital aumentada em 36,1% em relação a 2022. Já no setor de logística, a suspeita de fraude digital aumentou em 163,53% em relação ao ano anterior. O setor de serviços financeiros teve a taxa de suspeita de fraude digital aumentada em 130,64% em relação ao ano anterior no Brasil.
O varejo registrou a maior taxa de suspeita de fraude digital em 2023 em todo o mundo, enquanto comunidades digitais continuam a apresentar a maior taxa no Brasil.
O relatório incluiu EUA, Botsuana, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, República Dominicana, Hong Kong, Índia, Quênia, México, Namíbia, Filipinas, Porto Rico, Ruanda, África do Sul, Espanha, Reino Unido e Zâmbia.
Já análise da ESET apurou que dados financeiros e bancários, sobretudo os de cartões de crédito com alto limite e sem alertas de fraude, têm sido valiosos para cibercriminosos. Fatores como o tipo de informação, a qualidade e o frescor dos dados, a demanda e o risco de exposição atrelados a compradores e vendedores também influenciam na variação de preço das informações nos becos digitais.
Segundo a ESET, o primeiro dos fatores que influenciam no preço dos dados na dark web é o tipo de informação. Dados financeiros, como números de cartão de crédito e senhas bancárias tendem a ter um valor mais alto que outros tipos de informações, como endereços de e-mail ou nomes de usuário. O segundo fator é a qualidade e o frescor da informação – dados atualizados e válidos têm mais valor que os obsoletos ou incorretos. Outro ponto é a demanda do mercado. Se houver uma alta demanda de certos tipos de dados, seu preço tende a aumentar. Por último, o risco associado com a aquisição e venda de certos elementos também pode influenciar em seu preço. Por exemplo, a informação facilmente rastreável até sua origem pode ter um valor menor devido ao maior risco de exposição para o vendedor e o comprador.
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