Quase 20% da população brasileira não têm acesso à internet

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Internet 5G. Imagem: divulgação

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, afirma que 92,36% dos moradores no país contam com a tecnologia 4G. Já a tecnologia 5G atende a 38,5% dos moradores, em 106 municípios, incluindo todas as capitais. O tema foi questionado no Senado, nesta terça-feira, em audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura (CI) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e o ministro.

O ministro destacou que entre os principais compromissos do leilão 5G (previstos para serem atendidos até 2029) estão a oferta dessa tecnologia em todos os municípios brasileiros; a oferta de 4G em 35 mil quilômetros de rodovias federais, conectando as comunidades que margeiam essas rodovias; a destinação de R$ 3,1 bilhões para conectividade de escolas pública; de R$ 1,3 bilhão para o Norte Conectado e de R$ 1 bilhão para rede privativa e segura de governo.

Com quase 20% da população brasileira ainda sem acesso à internet, é grande o desafio do Ministério das Comunicações para possibilitar conectividade a todos. Apesar do avanço da tecnologia 5G, em alguns rincões a inclusão digital sequer aconteceu.

“Entendemos que no momento que a gente leva essa inclusão digital para esses brasileiros, estamos levando junto inclusão social, melhores serviços públicos, melhores oportunidades para que possam se inserir na nossa sociedade”, afirmou Juscelino Filho.

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5G

Segundo Juscelino Filho, a expansão da 5G (iniciada em 2022) vem acontecendo como planejado, sendo que “é uma tecnologia que carece de muita infraestrutura e investimento”. Também explicou que “o ministério vem trabalhando para que as operadoras antecipem e entreguem de forma mais rápida. Ao mesmo tempo, (trabalha para) fazer avançar o 4G nas comunidades que não tem nenhuma cobertura”.

Os senadores Weverton (PDT-MA) e Alan Rick (União-AC) enfatizaram que apesar da expansão do 5G (que cobre baixo número de municípios já atendidos, mas com grande número de pessoas concentradas), há de haver uma preocupação com o interior do país, onde muitas pessoas ainda não têm acesso à internet.

Conectividade

Segundo o ministro, dos 20% dos brasileiros que não acessam a internet, 60% não o fazem por falta de interesse ou necessidade e/ou por não saberem usar. O celular é o principal dispositivo acessado, sendo usado em 99,5% dos domicílios com cobertura de rede. Pelo menos 60% dos idosos acessam a web.

“Quanto mais universal for o uso, mais significativa vai ser a conectividade. E a conectividade significativa é a internet que melhora a vida das pessoas”, afirmou o ministro.

Cerca de 81% dos brasileiros com idade acima de dez anos acessam a web. O tempo de uso da internet por dia Brasil é, em média, de 9 horas e 15 minutos, o segundo maior do mundo. O país fica atrás somente da África do Sul.

Cobertura de serviços

Uma das preocupações do ministério é ampliar a cobertura de serviços, inclusive para as regiões rurais e remotas e para o atendimento de áreas como educação e saúde.

A senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) reafirmou que a pandemia escancarou a situação grave da educação, já que dados do próprio ministério apontam que 91% das escolas não têm velocidade adequada.

Pelo menos 8.365 escolas públicas estão completamente desconectadas. No universo de 138.355 de escolas de ensino básico, apenas 10.407 (7,5%) possuem conexão adequada de 1 Mbps por aluno e 66.726 (48,2%) possuem Wi-Fi.

De acordo com a Agência Senado, na área de saúde, das 57.425 Unidades Básicas de Saúde (UBS), incluindo saúde indígena, 8.097 não possuem nenhum tipo de conectividade e 15.784 precisam de conectividade com maior velocidade. A proposta, segundo o ministro Juscelino Filho, é aproveitar a expansão das redes de fibra óptica para as escolas com objetivo de também conectar UBS.

O senador Efraim Filho (União-PB) destacou que, além de educação e saúde, é preciso olhar outros setores, como a área de segurança pública. Hoje, as comunicações entre as autoridades de segurança pública, entre os estados e dentro dos estados, não se conversam, segundo o senador.

“O ministério pode fazer com que esse trabalho que está sendo feito para a educação e a saúde chegue também a esse tema”, disse Efraim Filho.

Ao senador Chico Rodrigues (PSB-RR), o ministro afirmou que os pequenos provedores de internet têm uma representatividade significativa e responsabilidade de levar a conectividade a milhões de pessoas. “Eles estão nos lugares onde não há interesse das grandes operadoras”, disse Juscelino Filho.

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