Quase 30 montadoras aderem a programa de veículos mais baratos

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Vendas de automóveis (Foto: ABr/arquivo)
Automóveis (Foto: ABr/arquivo)

Nove montadoras de carros, dez de caminhões e nove de ônibus aderiram ao programa do Governo Federal que prevê a redução de impostos para baratear o valor dos automóveis no Brasil. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços (MDIC). Em relação aos carros de passeio, demonstraram interesse em participar do programa as montadoras Renault, Volks, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot. Elas colocaram à disposição 233 versões de 31 modelos de automóveis. O MDIC informou ainda que “a lista é dinâmica, ou seja, as montadoras podem a qualquer momento incluir outros modelos, desde que comuniquem o MDIC”.

Todas essas empresas pediram o máximo de recursos iniciais permitidos no momento da adesão do programa, ou seja, R$ 10 milhões cada, sendo que seis montadoras – Volks, Hyundai, GM, Fiat, Peugeot e Renault – pediram crédito adicional de mais R$ 10 milhões.

A soma dos pedidos representa R$ 150 milhões, ou seja, 30% do teto de R$ 500 milhões que poderão ser usados pelas empresas no abatimento de tributos para venda de carros mais baratos. Ainda segundo o ministério, “na medida em que usarem os valores solicitados, as montadoras podem pedir créditos adicionais. Essa possibilidade se esgota quando o teto de R$ 500 milhões for atingido”.

Os descontos no valor final dos carros incluídos no programa do Governo Federal vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, podendo aumentar a depender dos critérios usados pelas fábricas e concessionárias. O tamanho do desconto no preço dos carros vai depender de três critérios: menor preço, maior eficiência energética (menos poluente) e maior porcentagem de conteúdo nacional, que é o total de partes do carro fabricadas no território brasileiro. “Quanto maior a pontuação nesses critérios, maior o desconto”, afirma o MDIC.

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Dez montadoras de caminhões aderiram ao programa para renovação de frotas, somando um volume de descontos de R$ 100 milhões, o que representa 14% do teto de R$ 700 milhões disponibilizados para essa categoria. As empresas que demonstraram interesse foram Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroën, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões.

No caso dos ônibus, nove montadoras aderiram ao programa. São elas: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare e Iveco. Essas empresas solicitaram descontos em tributos que somam R$ 90 milhões, o equivalente a 30% do teto de R$ 300 milhões disponibilizados para as montadoras de ônibus.

De acordo com o levantamento da consultoria Jato, o preço médio dos carros novos vendidos no Brasil em 2022 foi de R$ 130.851, para efeito de comparação, em 2017 o preço médio dos carros novos era de R$ 70.877. Diante deste cenário, a medida do governo brasileiro tem como alvo principal os carros populares, mas também os automóveis de até 120 mil reais.

“Em linhas gerais, o governo irá promover a diminuição de tributos federais incidentes sobre a cadeia automotiva, cujo grau de diminuição dependerá dos seguintes fatores: preço do automóvel, quanto mais barato maior o desconto; densidade da indústria nacional, quanto mais peças forem fabricadas no Brasil, maior o incentivo; nível de poluição emitida, quanto menos poluidor for o carro, maior o incentivo”, explica Tarcísio Tamanini, especialista em direito tributário e sócio fundador da Wise Tax.

O valor do desconto deve ficar entre R$ 2 mil e R$ 8 mil e as montadoras também começaram a praticar reduções próprias no valor dos carros 0 km, com o objetivo de estimular a compra por parte da população.

A indústria automotiva passou a ser um importante agente da economia brasileira ainda nos anos 50, no governo de Juscelino Kubitschek. Desde então, as empresas passaram a investir na produção nacional, de olho no interesse que o cidadão brasileiro possui em ter o seu próprio automóvel.

“Do ponto de vista mercadológico, a iniciativa do Governo Federal de estimular a compra de carros por parte da população é de extrema importância para o setor automotivo no Brasil. Ao direcionar a renovação da frota nacional para veículos novos, menos poluentes e fabricados localmente, o governo demonstra também uma preocupação com a causa ambiental, buscando reduzir as emissões de poluentes e promover a sustentabilidade”, opina Tarcísio.

Ao incentivar a compra de carros por parte da população, o governo cria um estímulo econômico que pode impulsionar as vendas e aquecer o mercado automotivo. Isso beneficia não apenas as montadoras e concessionárias, mas também toda a cadeia de fornecedores, revendedores e prestadores de serviços relacionados ao setor. Além disso, o aumento das vendas de carros pode ter um impacto positivo em outros setores da economia, como o financeiro, de seguros e de transporte.

Com as mudanças e a estratégia do governo que visa a fortalecer a indústria automotiva brasileira, tornando-a mais competitiva também no mercado internacional, o cenário para o futuro pode ser positivo, possibilitando que mais pessoas comprem automóveis e que o mercado se aqueça novamente.

“O fato de ser um programa voltado especificamente para baratear veículos populares e com o envolvimento das montadoras na formulação do projeto, torna mais fácil identificar os efeitos nos preços dos automóveis, além disso o governo está colocando um gatilho para interromper o benefício, quando atingir um valor de R$ 500 milhões, o que impossibilita a capacidade de prejudicar as contas públicas”, finaliza o especialista.

 

Com informações da Agência Brasil

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