No Brasil, 39% dos trabalhadores buscariam um novo emprego se a empresa em que trabalham atualmente decidisse não oferecer uma opção, ao menos, parcialmente remota. É o que aponta pesquisa da Robert Half, que entrevistou 1.161 profissionais ao redor de todo o país.
Até o começo de 2020, de acordo com os entrevistados, apenas 21% tinham a possibilidade de trabalhar de casa antes da pandemia. Entre os recrutadores, 26% disseram que já ofereciam o trabalho remoto como parte do pacote de benefícios corporativos.
Entre as categorias entrevistadas para o levantamento, dentre os empregados, 77% enxergam o remoto como um modelo de trabalho. Já entre os recrutadores, 72% emitem a mesma opinião. Ao ouvir os desempregados, a porcentagem atinge 80%.
A possibilidade de manter a vida pessoal em equilíbrio com a profissional sem perder por completo o poder do encontro físico fez com que o modelo híbrido (dias no escritório e dias em casa) se destacasse entre empresas e profissionais. Na visão de 77% dos empregados, esse é o melhor modelo de trabalho. Em seguida, 17% indicam o trabalho remoto e apenas 6% o modelo integralmente presencial.
O estudo ainda demonstra que as empresas estão atentas ao desejo dos colaboradores, embora algumas não tenham um plano de retorno totalmente definido. A depender de 57% dos recrutadores entrevistados, as companhias para as quais trabalham devem adotar o modelo híbrido de trabalho daqui para a frente. Além deles, 33% indicaram que planejam retornar ao modelo 100% presencial e 10% disseram que permanecerão integralmente remoto. Diante desse cenário, o levantamento comprova que a tendência já é percebida na rotina das organizações: 42% dos recrutadores revelaram que têm visto colaboradores buscarem um novo trabalho depois que a empresa optou pelo retorno 100% presencial. Na percepção de 22% deles, por mais que ainda não sintam o impacto no dia a dia, essa evasão ainda pode vir a acontecer no futuro. Entre os desempregados, 20% disseram que não aceitariam uma proposta de trabalho de uma empresa que não oferecesse trabalho remoto de maneira parcial ou integral.
Já de acordo com um recente levantamento feito pela Acecco, McKinsey e WeWork, 76% dos brasileiros preferem o formato híbrido de trabalho. Enquanto isso, uma pesquisa da International Workplace Group (IWG) revelou que no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período em 2021, o Brasil registrou uma alta de 97% nas buscas por espaços de trabalho compartilhados (os chamados coworkings).
Leia também:
Pesquisa aponta redução de mais de 400 mil trabalhadores no comércio