As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, elevaram para cerca de 52.800 o número de palestinos mortos na ofensiva desencadeada pelo Exército israelense contra o enclave após os ataques de 7 de outubro de 2023.
O Ministério da Saúde de Gaza disse em um comunicado que “o número de mortos pela agressão israelense subiu para 52.787 mártires e 119.349 feridos desde 7 de outubro de 2023”, um número que inclui 27 mortos e 85 feridos que chegaram aos hospitais da Faixa durante o último dia.
Ele também enfatizou que desde 18 de março, quando as autoridades israelenses romperam o cessar-fogo acordado com o Hamas em janeiro e reativaram sua ofensiva contra a Faixa, 2.678 pessoas foram confirmadas como mortas e 7.308 feridas, embora ele tenha especificado que ainda há corpos nos escombros e nas ruas porque os serviços de resgate e emergência não conseguem chegar a algumas áreas.
Por sua vez, o Exército israelense disse na sexta-feira que havia atingido 60 “alvos terroristas” no enclave no último dia, incluindo “prédios militares” e “depósitos de armas”, antes de afirmar que o Exército continua suas operações contra o Hamas e outros grupos armados palestinos.
Nesta sexta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) insistiu que o novo plano humanitário concebido pelas autoridades israelenses e pelos EUA para a Faixa de Gaza representa uma escolha “impossível” para a população palestina, forçada a decidir entre “deslocamento e morte”, e mal cobre as necessidades básicas de uma população que será forçada a arriscar suas vidas em áreas militarizadas para conseguir comida.
O plano, do qual apenas alguns aspectos são conhecidos, prevê a abertura de centros de distribuição guardados por empreiteiros de segurança privada e cercados por militares israelenses. A Unicef diz que Israel planeja trazer 60 caminhões de ajuda humanitária por dia, apenas um décimo do que estava chegando durante o último cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
O porta-voz do Unicef, James Elder, insistiu, assim como colegas de outras agências da ONU em dias anteriores, que esse plano não apenas viola os princípios humanitários básicos, mas parece ser uma ferramenta que usa alimentos como “tática de pressão”, lembrando o perigo de “pedir aos civis que entrem em áreas militarizadas para coletar ajuda humanitária, que nunca deve ser usada como moeda de troca”.
Os 60 caminhões por dia “não são nem de longe suficientes para atender às necessidades de mais de um milhão de crianças, mais de dois milhões de pessoas”, de acordo com Elder, para quem a alternativa é muito fácil: “Levante o bloqueio”, ele pediu a Israel, “deixe a ajuda entrar e salve vidas”.
Embora o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, tenha defendido na sexta-feira que o plano tinha como objetivo impedir que as milícias palestinas do Hamas sequestrassem a ajuda, a Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiu que um sistema de entrega “de ponta a ponta” está em vigor, nas palavras de sua porta-voz, Margaret Harris.
“Nossos suprimentos sempre chegaram às instalações médicas que deveriam chegar. Não é que haja problemas no sistema de entrega de ajuda a Gaza. O problema é que eles não estão permitindo a entrada da ajuda”, acrescentou ela.
Com informações da Europa Press