De acordo com a última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), 49% dos empregados inclusive pretendem buscar outro trabalho em 2023. Segundo o estudo, a taxa de desemprego dos qualificados, pessoas a partir dos 25 anos com formação superior, foi de 4,0% no terceiro trimestre de 2022. O índice de desemprego geral, que inclui essa categoria de profissional, foi no mesmo período 8,7%. Ambas as taxas são as mais baixas desde 2015, reforçando uma recuperação do mercado de trabalho.
Quando questionados sobre os objetivos da mudança, 61% apontaram a intenção de trocar de empresa, mas permanecer na mesma área, enquanto 39% afirmaram ter interesse em uma nova área de atuação, segmento ou profissão.
Segundo o estudo, os cinco principais aspectos que mais atraem os profissionais na empresa atual são: remuneração, pacote de benefícios, possibilidade de crescimento, possibilidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e bom relacionamento com colegas e pares. Ainda de acordo com o levantamento, 33% deles estão confiantes em conquistar a recolocação nos próximos seis meses. Em linha, a resposta é positiva, já que 49% das empresas planejam realizar novas contratações no primeiro trimestre do ano. Dentre os motivos, 68% pretendem abrir novos postos de trabalho, 55% querem preencher vagas em aberto e 35% precisarão contratar para substituir profissionais.
Já de acordo com pesquisa realizada pela consultoria Michael Page, sete em cada 10 cargos apresentaram aumento acima da inflação. Segundo o Estudo de Remuneração Michael Page 2023, 12 de 15 segmentos (seguros, secretariado, tecnologia da informação, logística, recursos humanos, marketing, jurídico, saúde, financeiro, agro, engenharia e bancário) figuraram entre os contemplados, num período marcado pela leve recuperação da economia e arrefecimento da pandemia. O levantamento revela ganho real salarial em 72% dos cargos avaliados, enquanto 17% dos cargos avaliados não apresentaram mudança de um ano para o outro. Aqueles que registraram queda somaram 11% das posições. Dos 903 cargos analisados, os que se destacaram entre os maiores aumentos foram: coordenador de PO (Project Owner) em fintechs com 55,2%; analista sistemas júnior, com 43% de alta e desenvolvedor, com 39% (Tecnologia).
A maior parte dos setores pesquisados apresentaram mais cargos com alta na média salarial. Estão nesta lista os segmentos engenharia, logística, marketing, agro, tecnologia da informação, jurídico, saúde, financeiro, seguros, bancos e serviços financeiros, recursos humanos, secretariado. Já os setores que se destacaram pela estabilidade salarial foram: imobiliário, varejo e vendas.
A grande movimentação de profissionais nos últimos dois anos deixou o profissional dessa área mais cauteloso na hora de trocar de emprego. Isso faz com que as estratégias de recrutamento tenham de ser mais criativas, buscando profissionais de outras áreas e identificando perfis potenciais para ocupar as posições.
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