Queda na Bolsa mostra insegurança sobre disseminação do coronavírus

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A Ibovespa começou o expediente em queda após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil. Para William Teixeira, head de renda variável da Messem Investimentos o mercado brasileiro está muito tenso desde o final da semana passada, pois não se sabe a extensão provável desses problemas envolvendo a doença.

"A queda de hoje, na Bolsa de Valores, reflete simplesmente o medo dessa disseminação ser ainda maior. As principais empresas da Ibovespa são exportadoras, isso deve impactar o preço das commodities como minério de ferro, petróleo, celulose, entre outros. O efeito na economia nacional é mais puxado por eventos internacionais do que devido ao número de casos aqui no Brasil", sinaliza o especialista.

O Ibovespa esteve fechado devido ao feriado de Carnaval, por esse motivo não acompanhou as quedas mais expressivas que ocorreram nas principais Bolsas: "Hoje, estamos refletindo, aqui, o resultado dos principais mercados durante os dias de Carnaval", reforça.

Para Teixeira, o impacto lá fora é tanto para as commodities, quanto para empresas exportadoras. Esse efeito deve ser limitado, pois, temos empresas que já estão investindo na produção de vacinas, com o objetivo de conter o avanço do vírus.

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"Esse impacto é limitado, frente ao potencial de crescimento que as mudanças estruturais estão gerando para o Brasil, reforça fazendo menção as reformas, o mais importante a longo prazo são as reformas aprovadas e as que estão em discussão", destaca.

De acordo com ele, o momento de aceleração do dólar ocorre a nível global. A economia americana continuar sólida e com juros reais positivos, enquanto 80% das dívidas públicas ao redor do mundo estão com Juro zero ou negativo. "O aumento da moeda americana se deve a um movimento mundial de aversão a risco e não deve ser encarado necessariamente como algo ruim", indica Teixeira.

Com a abertura da curva futura de juros, principalmente para os vencimentos mais longos, surgem algumas boas oportunidades no mercado secundário de Renda Fixa. O mercado tem ajustado o prêmio de risco à nova realidade, momento de grande instabilidade causada pela preocupação com o aumento de casos do coronavírus.

De acordo com Gabriel Ribeiro, head de produtos da Messem Investimentos, hoje, por exemplo, é possível ver esse movimento em debêntures incentivadas, que tiveram ajustes acompanhando a curva de juros entre 12 a 16bps.

"Ouro sempre será uma opção em momentos de aversão a risco, o ideal é buscar um fundo de investimento que acompanha o índice e utilizar para diversificar, não sendo indicado a alocação integral do patrimônio nessa classe de ativo", lembra.

De todo modo, Ribeiro reforça que a Bolsa em queda, trás oportunidade para encontrar, com maior cautela, é claro, alguns ativos que acabam atingindo bom preço para compra. "Lembrando, sempre, que a ideia é uma alocação a longo prazo, olhando mais para os fundamentos das empresas e menos para a tela do homebroker. Existem diversas alternativas por meio dos Fundos de Investimentos em Ações, para os quais é recomendado encontrar um gestor profissional que deverá tomar decisões e fazer escolhas quanto a composição do portfólio", reitera.

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